Mais de um milhão de mulheres na Argentina vão deixar de usar contracetivos devido à pandemia da Covid-19.

De acordo um relatório do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA na sigla em ingês), citado pelo El País, o novo coronavírus está a afetar o acesso aos contracetivos seja por dificuldades nos serviços públicos de saúde, seja porque as mulheres não têm recursos financeiros para os comprar.

Uma situação que se verifica exclusivamente nos métodos contracetivos de curta duração, como os preservativos e as pílulas, e não nos contracetivos permanentes ou de longa duração, como as implantes e os dispositivos intrauterino. O que é particularmente preocupante, tendo em conta que 81% das mulheres que usam contracetivos recorre aos de curta duração.

O documento indica que 65% das mulheres na Argentina vão deixar de contracetivos em 2020 devido à perda de rendimentos familiares e 35% por não terem acesso aos mesmos nos serviços públicos de saúde, algo que passa não só pelas dificuldades de abastecimento e pelo encerramento de alguns serviços, mas também por uma diminuição na procura destes contracetivos por receio de contágio da Covid-19.

O UNFPA refere que 714 mil mulheres que recorriam às farmácias para adquirir os contracetivos de curta duração vão deixar de os usar durante o ano de 2020 devido à pandemia — um número que pode chegar a um milhão caso a pandemia se prolongue. Para as que que optavam pelos serviços de saúde públicos do país, serão 379 mil mulheres a deixar de usar estes contracetivos. Ou seja, mais de um milhão de mulheres.

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