Os grandes feitos internacionais do Benfica remontam ao início dos anos 60, quando os encarnados se sagraram bicampeões europeus frente ao Real Madrid e ao Barcelona. No entanto, antes desses triunfos na Taça dos Clubes Campeões Europeus, ainda houve em 1950 a Taça Latina, uma prova que décadas depois não seria homologada pelas entidades que dirigem o futebol europeu e mundial mas que foi a primeira demonstração de força das águias fora do plano nacional. Nessa equipa destacava-se um então jovem guarda-redes, ou keeper, de seu nome José Bastos. Antiga glória do clube da Luz, o ex-número 1 morreu esta terça-feira aos 91 anos.

Nascido em Albergaria-a-Velha, Bastos acabou a formação no Benfica e subiu à primeira equipa em 1949/50, onde ficou até 1961 antes de passagens por Atlético e Beira-Mar no final da carreira tendo apenas uma interrupção na época de 1950/51. Estreou-se pelos encarnados nesse mesmo ano de 1950, com apenas 20 anos, sendo o guarda-redes mais novo a fazer o primeiro encontro pelas águias até ao século XXI, quando Moreira lhe retirou esse recorde. Foi nesse mesmo ano que conquistou a Taça Latina, com uma vitória por 3-0 nas meias com a Lazio e um triunfo na finalíssima frente ao Bordéus após prolongamento no Estádio Nacional, num encontro decidido num segundo prolongamento aos 149′ por Júlio (2-1, com 3-3 no primeiro jogo com os franceses).

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Ao todo, José Bastos, que foi lançado pelo inglês Ted Smith, realizou um total de 196 jogos pelos encarnados (211 golos sofridos), tendo ganha também três Campeonatos e cinco Taças de Portugal. Apesar de ter feito parte do plantel que ganhou a primeira Taça dos Clubes Campeões Europeus pelos encarnados, o guarda-redes, “tapado” por Costa Pereira e Barroca, realizou apenas um jogo e na Taça, frente ao Olhanense. Mais tarde, na década de 70, o antigo número 1 das águias teve uma passagem como treinador pelo Estoril em duas temporadas.