A embaixada da China no Brasil repudiou as declarações de Eduardo Bolsonaro, filho do presidente brasileira e presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, sobre uma adoção “segura” da tecnologia 5G, “sem espionagem da China”. A embaixada sugeriu que as palavras do político “prejudicam a imagem do Brasil” e “solapam a atmosfera amistosa entre os dois países”.
“Isso é totalmente inaceitável para o lado chinês e manifestamos forte insatisfação e veemente repúdio a esse comportamento. A parte chinesa já fez gestão formal ao lado brasileiro pelos canais diplomáticos”, indica um comunicado publicado esta terça-feira nas redes sociais oficiais da embaixada.
Declaração do porta-voz da Embaixada da China no Brasil sobre comentários difamatórios de um deputado federal brasileiro
????Fio (17 partes) pic.twitter.com/UdVAdSYItF
— Embaixada da China no Brasil (@EmbaixadaChina) November 24, 2020
Na última segunda-feira, Eduardo Bolsonaro tweetou que “o governo Jair Bolsonaro declarou apoio à aliança Clean Network, lançada pelo governo Donald Trump, criando uma aliança global para um 5G seguro, sem espionagem da China”: “Isso ocorre com repúdio a entidades classificadas como agressivas e inimigas da liberdade, a exemplo do Partido Comunista da China”. A mensagem foi entretanto eliminada.
Na nota da embaixada chinesa no Brasil, os diplomatas também acusam os Estados Unidos de terem um “histórico indecente em matéria de segurança de dados”: “Certos políticos norte-americanos interferem na construção da rede 5G em outros países e fabricam mentiras sobre uma suposta espionagem cibernética chinesa, além de bloquear a Huawei visando alcançar uma hegemonia digital exclusiva”