E ao nono jogo, Ronaldo parou. Nono jogo só em novembro, contando com os compromissos da Juventus na Serie A e na Liga dos Campeões mas também com os encontros de Portugal na Liga das Nações além do particular com a equipa de Andorra. Foi a propósito desse último encontro que Fernando Santos explicou que, após a ausência por estar infetado com Covid-19, o avançado necessitava de minutos de competição para voltar ao patamar habitual. Antes desses jogos, tinha bisado frente ao Spezia, assistido na goleada ao Ferencvaros, marcado à Lazio; a seguir, marcou mais dois ao Cagliari e um ao Ferencvaros. E Andrea Pirlo entendeu que o melhor era desacelerar.

“Temos sorte de poder ter Bonucci de volta ao grupo. Já o Cristiano está a descansar após termos conversado porque estava um pouco cansado depois de tantos jogos seguidos. Já tínhamos planeado que não iria jogar frente ao Benevento”, anunciou o técnico dos bianconeri na conferência de antevisão do encontro a contar para a nona jornada da Serie A frente a uma equipa orientada pelo antigo internacional italiano Pippo Inzaghi. E coragem não falta a Pirlo, tendo em conta a importância de começar a ganhar alguma regularidade nos resultados conseguidos no Campeonato e o trajeto ainda de adaptação às novas ideias que a equipa continua a cumprir.

Com o golo apontado frente ao conjunto húngaro a meio da semana, Ronaldo chegou ao 37.º em 36 encontros no ano civil de 2020. Só na atual Serie A leva oito golos em apenas seis jogos, só superado pelo registo de Ibrahimovic no AC Milan (dez golos). Este é o peso do português na Juventus mas que, ao mesmo tempo, mostra aquela que continua a ser uma das lacunas no plantel dos campeões: à exceção do número 7 e do espanhol Morata, também ele a atravessar um grande momento, Pirlo tem à sua disposição muitos elementos mais móveis no plano ofensivo como Dybala, Bernardeschi, Kulusevski, Chiesa ou Portanova mas está refém de mais referências atacantes com presença nas zonas de decisão e esse era o grande desafio para a Vecchia Signora no encontro.

“Filiippo Inzaghi é viciado em futebol. Vai ser um jogo difícil, vamos precisar de concentração máxima desde o primeiro minuto”, projetou Andrea Pirlo. “Ainda temos uma grande relação, também pelas grandes coisas que fizemos no AC Milan. Não estou nada surpreendido que tenha agarrado numa equipa como a Juventus, estamos a falar de um campeão que, como jogador, ganhou tudo”, destacou Pippo Inzaghi. Mas entre elogios, havia um jogo em disputa entre dois dos técnicos com menos jogos orientados na Serie A. E que terminou da melhor forma para os visitados, que somaram o primeiro empate na prova mas conseguiram pontuar frente a um campeão italiano que voltou a colher a tempestade que semeou em mais um encontro onde só “quis” jogar em alguns períodos.

Álvaro Morata, quem mais, voltou a provar o bom momento que atravessa e inaugurou o marcador na primeira parte, naquele que foi o seu oitavo golo e que confirmou a preponderância na manobra ofensiva da equipa (esteve em 48% da produção concretizadora dos bianconeri esta temporada) mas Gaetano Letizia, no terceiro minuto de descontos antes do intervalo, conseguiu a igualdade que se iria manter até ao final do encontro entre oportunidades falhadas e um cartão vermelho direto ao avançado espanhol já depois do último apito que irá impedir o número 9 de jogar o dérbi com o Torino. Com mais dois pontos perdidos, a Juventus desceu ao quinto lugar, foi ultrapassada pelo Inter e pode ficar a seis pontos do AC Milan, que joga este domingo com a Fiorentina.

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