Um total de 30 camionistas foram detidos na quarta-feira nas províncias de Maputo, Nampula e Sofala, quando faziam uma manifestação exigindo melhores condições de trabalho, disse esta quinta-feira à Lusa fonte da Associação Moçambicana de Motoristas (AMMO).

“A polícia chegou na estrada, recolheu os motoristas e levou-os para a cadeia. Não sabemos, até agora, qual terá sido o motivo, pois a manifestação era pacífica e foi autorizada”, disse João Festo, vice-presidente da AMMO.

Os condutores de transportes de carga paralisaram as viaturas na berma das estradas, em forma de protesto, e a associação suspeita que as autoridades consideraram tal ação como um bloqueio da via.

Os camionistas convocaram a manifestação para exigir melhores condições de trabalho, regularização de salários, reconhecimento e formalização da profissão para garantir, entre outros, contratos de trabalho e descontos para o Instituto Nacional de Segurança Social (INSS).

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As nossas reivindicações são antigas e do conhecimento do Governo, mas não se faz nada”.

Segundo a associação, dos 30 motoristas detidos, 19 estão na província de Nampula, no norte de Moçambique, 10 na província de Sofala, centro, e um em Maputo, no sul.

“Fomos ao Ministério Público para perceber as razões da detenção e o que se pode fazer para libertar os nossos colegas”, disse João Festo, acrescentando que os membros da associação têm feito contribuições para levar comida para os detidos.

A AMMO considera que a detenção é uma forma de condicionar o protesto, mas garante que este vai continuar.

Vamos continuar, não temos como parar, sem solução”.

Em Moçambique existem cerca de 30.000 camionistas que fazem o transporte de longo curso de mercadoria dentro e fora do país, de acordo com os dados da AMMO.