Fernando Santos, que tenta a qualificação para a quinta grande competição internacional depois dos Europeus de 2016 e 2020, o Mundial de 2018 e a Liga das Nações de 2019, analisou poucos momentos após o sorteio as quatro equipas que estarão no caminho de Portugal no apuramento para o Campeonato do Mundo de 2022, no Catar, colocando a tónica no respeito pelos adversários sem deixar de assumir a confiança no primeiro lugar.

Portugal defronta Sérvia, Rep. Irlanda, Luxemburgo e Azerbaijão na qualificação para o Mundial de 2022

“Estes sorteios não são para analisar, são para jogar e ganhar. Estas análises são sempre muito teóricas, com a Sérvia na qualificação para o Europeu também começámos com um empate, depois tivemos outro [com a Ucrânia] e as coisas tornaram-se mais difíceis, já tivemos situações teoricamente mais difíceis que se tornaram mais fáceis. O importante agora é preparar bem e ver o calendário, porque começa já em março. Se forem adversários que conhecemos melhor pode ajudar-nos na análise, neste caso Sérvia e Luxemburgo. Rep. Irlanda e Azerbaijão nunca defrontei como selecionador. Temos de procurar meios para os conhecer em termos de análise. Se Portugal quer ser candidato a ser campeão do mundo, e se assume isso, tem de passar a fase de grupos. É este o sorteio e é a partir disto que teremos agora de andar”, começou por referir, em declarações ao canal 11.

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“Sérvia mais difícil? Depende muito. Se olharmos só para o plantel e para os jogadores, a Sérvia é um país que tem jogadores de elite, basta correr os principais campeonatos da Europa, Itália, Inglaterra, Espanha. Mas sabemos que têm dificuldades em campo em compatibilizar a qualidade e o valor de todos esses jogadores. Ainda agora foram eliminados, na qualificação para o Europeu. Mas quando não apresentam essas fragilidades e são uma equipa ao seu verdadeiro nível são poderosos. Em termos de ranking, olhando para os jogadores, há muitas à frente e que não têm a qualidade da Sérvia. Hoje em dia não é fácil, sabemos das dificuldades com o Luxemburgo. Temos é de estar preparados para os jogos”, prosseguiu, falando também do facto de estar num grupo só com cinco equipas: “Por um lado é positivo mas há a imposição dos jogos particulares, não há datas para treinar. Isso acaba por tirar a possibilidade de trabalhar de outra forma esses jogos mas é assim, vamos tentar ganhar”.

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Em paralelo, o selecionador nacional abordou também a transição de geração que tem existido na principal equipa de Portugal e o que representa um Mundial em comparação com um Europeu a nível de intérpretes.

“Acho que não é preciso apregoar aos quatro ventos [essa renovação], as coisas acontecem com naturalidade, não é por força do que quer que seja. A Seleção é aberta, não tem idades, não olha para o BI, olha para a qualidade dos jogadores e depois escolhe 23″, referiu, tocando também na parte da ausência de público nas bancadas: “Os jogadores portugueses são muito experientes, não sofrem com isso. Até acho que a ausência de público se nota mais nos jogos em casa do que fora. Fora, até motiva, de alguma forma; em casa, aí sim, pesa mais. Muitas vezes os jogos não correm bem e o público é que acaba por empurrar a própria equipa”.

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“Um Campeonato do Mundo traz sempre mais seleções de altíssimo nível. Pelo menos o Brasil e a Argentina, que aparecem sempre como favoritos à vitória, Mas em termos de competitividade, não sei se o Europeu não acaba por ser mais apertado. Mas da América do Sul vêm sempre três ou quatro seleções de qualidade como o Uruguai, a Colômbia, o Chile…. Talvez esta seja a prova rainha. No entanto, primeiro está o Europeu, no próximo ano, e queremos defender o título, não vamos já saltar para o Campeonato do Mundo”, concluiu.