Os helicópteros são fundamentais numa prova como o Dakar, não só para garantir que a ajuda médica chega mais rapidamente aos pilotos acidentados, como para deslocar os organizadores, fotógrafos e equipas de televisão. Mas as condições em provas no deserto são traiçoeiras e podem sempre causar surpresas, o que com aparelhos voadores à mistura, especialmente os que se deslocam a baixa altitude, pode sempre dar azo a acidentes.

O acidente mais conhecido com helicópteros no Dakar foi em 1986, quando o então mítico organizador Thierry Sabine e mais quatro pessoas morreram ao embater numa duna durante uma tempestade de areia. Este ano, um outro acidente envolvendo um helicóptero não aconteceu por milagre, manifesta sorte ou habilidade extrema do piloto.

Ao acompanhar o camião conduzido por Anton Shibalov, um dos Kamaz oficiais, que acabaria por ficar na 2ª posição da categoria, o helicóptero da prova ia literalmente colado ao potente veículo pesado, com um dos patins de aterragem a poucos centímetros da cobertura do Kamaz. Estes camiões, com 1150 cv, estão limitados a 140 km/h pelo regulamento do Dakar, e a velocidade não deveria andar longe deste valor.

Num dos saltos, o Kamaz saltou mais alto do que o piloto do helicóptero estimou e a cobertura da caixa de carga embateu num dos patins. Felizmente a cobertura, onde existe uma espécie de asa traseira e uma entrada de ar para o motor, é em fibra, que se estilhaçou no embate, não prendendo o helicóptero ao veículo pesado. De outra forma, as consequências poderiam ser terríveis.

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