A comparticipação de testes rápidos de antigénio à Covid-19 pode ser aprovada já esta semana pelo Ministério da Saúde, revelou Marta Temido. A ideia é que “as pessoas sejam financeiramente mais apoiadas” nesta medida preventiva.

“Estamos a trabalhar para que esta semana possamos ter um despacho do Ministério da Saúde que preveja um regime de comparticipação nos testes de diagnóstico de antigénios rápidos”, revelou a ministra da Saúde à margem da inauguração da nova ala do Serviço de Radioterapia do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, esta terça-feira de manhã.

A ideia, explicou Temido aos jornalistas, é “equilibrar aquilo que é a vida dos cidadãos que já têm a vacina, [e que podem pedir] um certificado verde de vacinação, e a necessidade que aqueles que não estão vacinados podem ter de realizar o teste diagnóstico para a deteção do SARS-Cov-2”. Com a medida, pretende-se que “as pessoas sejam financeiramente mais apoiadas” na realização dos testes como “mecanismo de circulação mais segura”, além do facto de ser “um mecanismo também de controlo precoce da transmissão da doença”, salientou.

Marta Temido lembrou ainda que o certificado que vai entrar em vigor no início do mês tem três tipologias: um certificado de vacinação, certificado de recuperação ou certificado de teste negativo. “Independentemente do formato de que estamos a falar poderá ser, neste caso, o formato de resultado de teste negativo, e não propriamente certificado, porque o certificado ainda não é compatível com testes rápidos de antigénios e apenas com testes PCR”, adiantou a ministra da Saúde.

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Variante Delta “inspira-nos bastante cautelas e cuidados”

Questionada sobre a prevalência da variante Delta em Portugal, que é já superior a 50%, Marta Temido considerou que a situação “inspira-nos “bastante cautelas e cuidados”. “Mais casos vão levar a que a mesma fração percentual desses mais casos precise de hospitalização e que precise eventualmente de cuidados intensivos e tenha um desfecho fatal. É uma situação de preocupação”, afirmou.

Por essa razão, a governante apelou a que se mantenham os “comportamentos de prevenção”, essenciais enquanto Portugal não atingir a imunidade de grupo, inicialmente prevista para agosto, uma data que precisará de ser revista. “A vacinação não é por si só uma garantia de que as pessoas não vão ser infetadas”, frisou.

Em relação à vacinação, Marta Temido admitiu  há pessoas a faltarem aos agendamento. “Há algumas referências a faltas, o que nos preocupa”, afirmou.  “A oportunidade de vacinação nunca deve ser desperdiçada. A vacinação é uma oportunidade e devemos aproveitá-la”, disse a governante, colocando a hipótese de os faltosos serem os mais jovens, que “têm menor perceção do risco e menor reação à oportunidade da vacinação”.