Pelo menos 17 pessoas morreram na noite se sexta-feira depois de um momento de disparos aéreos que seriam alegadamente de celebração por parte dos talibãs, relata a Reuters e a Al Jazeera. Os motivos dos disparos continuam a não ser claros com o grupo extremista a não oferecer qualquer explicação oficial.

Fonte das urgências do Hospital de Cabul avançou ainda que além dos 17 mortos outras 41 pessoas ficaram feridas depois do sucedido.

O tiroteio atraiu uma reprimenda de Zabihullah Mujahid, o principal porta-voz dos talibãs, que demonstrou o seu desagrado no Twitter. “Evite disparar para o ar e agradeça a Deus em vez disso”, disse Mujahid numa mensagem no Twitter citada pela Reuters. “As balas podem prejudicar os civis, por isso não disparem desnecessariamente”.

Um correspondente da Al Jazeera em Cabul também relatou a intensidade dos disparos e publicou um vídeo onde é visível e audível toda a situação.

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Apesar de os motivos para o que ocorreu não terem sido confirmados, a Reuters diz que fonte talibã terá afirmado que os disparos se deveram à tomada de poder da província de Panjshir, a única que ainda estaria sob controlo da resistência talibã que nega o sucedido.

A região de Panjshir, no norte do Afeganistão — o único território não controlado pelos talibãs — esteve em jogo na sexta-feira à noite enquanto os confrontos continuam. Fontes dos talibãs disseram à Reuters que conquistaram a região, mas os combatentes da resistência negaram que tal tivesse acontecido.

Numa mensagem de vídeo enviada à BBC, Saleh, ex-vice-presidente do Afeganistão, disse que houve vítimas em ambos os lados. “Não há dúvida de que estamos numa situação difícil. Estamos sob invasão dos talibãs”, disse. “Não nos vamos render, estamos a defender o Afeganistão.”