Jovens londrinos estão a receber convites, por via das redes sociais, para participar na sua própria versão de “Squid Game”, a série mais vista de sempre da Netflix, apesar de ser marcadamente violenta. A localização exata do jogo é secreta, apenas se sabe que é na zona oeste da capital britânica e que tem um prémio acima dos 11 mil euros.
“Squid Game”. De onde vem o sucesso da série sul-coreana que está a conquistar o mundo?
Os participantes têm de pagar 100 libras (aproximadamente 118 euros) para entrar na competição, constituída por seis jogos diferentes. O último é uma “luta de todos contra todos”, adianta o anúncio, citado pelo jornal britânico The Telegraph.
Quem for e ganhar recebe um prémio no valor de dez mil libras (cerca de 11.700 euros). Já quem for e perder é espancado por dez segundos e, em seguida, baleado no rosto com uma arma BB (de ar comprimido, com projéteis de chumbo).
A Polícia Metropolitana de Londres (MET) apelou aos adolescentes para não participarem neste concurso. Em comunicado, a MET informou que estão “cientes da publicação nas redes sociais” e, portanto, estão “a trabalhar para obter mais detalhes a fim de lançar um plano policial”.
Comunidades escolares e autoridades, incluindo as portuguesas, em alerta
Esta convocatória surge após escolas de várias partes do mundo, ao encontrarem exemplos de replicação de cenas de violência entre as crianças, alertarem para o risco de menores de idade assistirem a “Squid Game”. Por exemplo, na Austrália, tal como noticiou o jornal Sydney Morning Herald, uma escola primária de Sidney pediu aos pais dos alunos que os proibissem de ver a série, por retratar “violência extrema e sangue”.
No caso português, a GNR veio este domingo assegurar que está “muito atenta a este fenómeno, até pela presença ativa na comunidade escolar, junto de crianças e jovens”.
Para Ricardo Pardo, presidente da Adinfa, o primeiro hospital da Andaluzia especializado no tratamento de adolescentes com problemas de comportamento, a série “deseduca” os jovens, que “podem ficar presos a um mundo irreal, em que banalizam cenas tremendamente perversas”, alerta em declarações à ABC Espanha.