O núcleo que substituiu a task force para colocar em prática o plano de vacinação contra a Covid-19 tenciona terminar a distribuição de doses de reforço a todas as pessoas elegíveis elegíveis a partir dos 65 anos até 19 de dezembro. A data foi fixada esta sexta-feira pelo coronel Carlos Penha-Gonçalves numa conferência de imprensa no Ministério da Saúde em que também participaram Graça Freitas, diretora-geral da saúde, e António Lacerda Sales, secretário de Estado adjunto da Saúde.

A diretora-geral também informou que os recuperados da Covid-19 com mais de 64 anos vão tomar a segunda dose. A norma relativa a este grupo já foi redigida e será publicada “nos próximos dias”. Graça Freitas explicou que a distribuição da terceira dose entre as pessoas elegíveis tem patamares de prioridade. A primeira inclui as pessoas a partir dos 80 anos e as seguintes incluem indivíduos progressivamente mais novos. A segunda fase incluirá também os recuperados da Covid-19 com 65 anos ou mais, prevê a líder da DGS.

Na véspera do fim de semana em que os centros de vacinação vão estar abertos em modalidade “Casa Aberta” para os mais idosos, o coronel apelou à adesão à terceira dose: “Estamos a pedir às pessoas que têm mais de 80 anos que se dirijam aos centros de vacinação. Não precisam de marcação, não precisam de SMS, vão ao centro de vacinação mais próximo”, explicou. Mas avisou que podem enfrentar tempos de espera por não haver marcação para o atendimento — um alerta deixado também por Lacerda Sales.

Após o anúncio de que a vacinação com a dose de reforço nos profissionais de saúde começaria na próxima segunda-feira, o secretário de Estado adjunto e da saúde revelou ainda que os profissionais do setor social e dos bombeiros que transportam os doentes receberão a terceira dose a partir de dia 22 de novembro.

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Covid-19. Profissionais do setor social e bombeiros começam a ser vacinados com a terceira dose no dia 22

Portugal já administrou um milhão de vacinas contra a gripe e 450 mil doses de reforço

Já foram administradas um milhão de vacinas contra a gripe e 450 mil doses de reforço contra a Covid-19, anunciou Lacerda Sales. O secretário de Estado recordou o exemplo de sucesso no processo de vacinação em Portugal, mas ressalva que ainda é necessária uma “atitude preventiva”: a dose de reforço será “fundamental para não dar um passo atrás”. “Faremos de tudo para que não aconteça, mas continuamos a precisar do contributo de todos”, apelou.

No entanto, sublinhou que o processo de vacinação com a terceira dose é diferente da campanha original. António Lacerda Sales confirmou que a vacinação já não acontece ao ritmo verificado no início do processo, mas defendeu que a distribuição de doses de reforço “não é comparável” com o processo de vacinação original. “Estamos a fazer um esforço para chegar a todos e não deixar ninguém para trás”, assegurou o secretário de Estado.

Questionado sobre se os episódios de enfermeiros que têm protestado por melhores condições de trabalho podem comprometer o funcionamento dos centros de vacinação, António Lacerda Sales diz acreditar que não: os profissionais de saúde alocados para o processo original de vacinação não foram dispensados, pelo que continuam disponíveis para a distribuição de doses de reforço. O Governo deu até ordens às autoridades regionais de saúde (ARS) para contratar os profissionais de saúde “que forem necessários” para assegurar o processo.

Enfermeiros em protesto pela falta de profissionais nas Urgências das Caldas da Rainha

Graça Freitas garantiu que a administração da terceira dose é segura e não significa que as pessoas vacinadas já tenham perdido a imunidade adquirido com o esquema vacinal original: a dose de reforço serve para alcançar um “patamar de imunidade” que permita evitar a Covid-19 grave ao longo do inverno. “Não estão sem proteção nenhuma, mas precisam de um reforço”, resume a diretora-geral da saúde.

Entretanto, o núcleo que coordena a vacinação contra a Covid-19 explicou que, enquanto se ocupa da co-administração das vacinas contra a gripe e contra a doença provocada pelo coronavírus, também está a trabalhar na transferência do processo de vacinação para os centros de saúde. 

“Durante a primeira fase da vacinação foram desenvolvidos sistemas e metodologias que permitiram vacinar massivamente a população. Essas metodologias agora estão a ser transitadas para as estruturas do Ministério da Saúde”, explicou Carlos Penha-Gonçalves. E terminou: “Ao passo que ocorre esta fase de reforço, está também a decorrer um processo em que as metodologias são interiorizados no Ministério da Saúde para que [a passagem] ocorra sem sobressaltos, sem transições bruscas”.