Numa semana em que Portugal viu a pandemia agravar-se — com o número diário de casos a chegar aos 1.700 e o R(t) a subir para valores de julho — a pandemia em Portugal está com uma “intensidade moderada” e com uma “tendência crescente a nível nacional”, revela o relatório de Linhas Vermelhas publicado esta sexta-feira pela Direção-Geral da Saúde (DGS) em parceria com o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA).

Nos últimos sete dias, a incidência cumulativa a 14 dias foi de 138 casos por 100 mil habitantes, estimando-se que o “limiar de 240 casos em 14 dias por 100 000 habitantes possa ser ultrapassado em 15 a 30 dias”. O Algarve foi a região em que a incidência mais aumentou (38% face à semana passada), estando a aproximar-se do limiar dos 240 casos. O Centro também está com uma incidência de 208 infeções por 100 mil habitantes, registando uma subida de 36%.

“O grupo etário com incidência cumulativa a 14 dias mais elevada correspondeu ao grupo dos 20 aos 29 anos (198 casos por 100 000 habitantes). Há uma tendência globalmente crescente na maioria os grupos etários”, lê-se no relatório, que também menciona que o grupo etário com 80 ou mais anos apresenta uma “tendência estável” no aumento de contágios.

Relativamente ao R(t), o documento indica que se situou nos 1,15, registando-se uma “tendência crescente da incidência de infeção”. Em todas as regiões do continente, o valor deste indicador aumentou:

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  • Na região Norte passou de 1,01 para 1,14;
  • Na região Centro aumentou de 1,06 para 1,21;
  • Em Lisboa e Vale do Tejo subiu de 1,04 para 1,13;
  • No Alentejo registou-se um aumento de 0,87 para 1,06;
  • No Algarve era de 1,05 a semana passada e agora é de 1,16.

Relativamente ao número de camas ocupadas nas unidades de cuidados intensivos (UCI), o relatório mostra que se manteve uma tendência estável, denotando-se um decréscimo de 12% em relação à semana anterior. A região Centro é aquela que apresenta um maior nível de alerta: 41% das camas dos cuidados intensivos estão ocupadas.

O grupo etário em que se registam mais internamentos em UCI é o dos 60 aos 79 anos, sendo que nesta faixa verificou-se uma “tendência crescente nas últimas semanas”.

Sobre a mortalidade por Covid-19, reportaram-se oito óbitos em 14 dias por um milhão de habitantes, o que corresponde a um aumento de 25% relativamente à semana anterior. O documento alerta para o facto de esta subida interromper a “tendência decrescente que se vinha a observar nas últimas semanas”. Ainda assim, prevalece um “impacto reduzido” da pandemia em termos de mortalidade específica pela doença.

No que diz respeito à proporção de positividade, este indicador situou-se nos 3,4%, um valor que se encontra abaixo do limitar dos 4%, verificando-se, no entanto, uma “tendência crescente”