Arrancou hoje o 24º Rali de Monte-Carlo Histórico, com chegada prevista ao Mónaco na madrugada de dia 2 de Fevereiro. Até lá, os 263 concorrentes que se apresentaram à partida vão disputar as classificativas clássicas do rali do principado, com destaque para a que inclui o famoso Col du Turini, com subida a partir de Sospel e descida para La Bollène Vésubie.

Carlos Tavares, o português que lidera o grupo Stellantis, o 4º maior do mundo, é conhecido por ser um gestor competente, mas também por ser um amante de automóveis e da competição, que não perde uma oportunidade de participar em provas de veículos clássicos. No Monte-Carlo Histórito de 2022, apresenta-se aos comandos de um Lancia Stratos, um dos mais belos carros de ralis da história da modalidade.

Talvez não seja de todo inocente que esta associação de Tavares ao Stratos aconteça no momento em que a Stellantis se prepara para fazer regressar a Lancia ao activo. Depois de anos a arrastar-se sem oferta de novos modelos e limitada apenas ao mercado italiano, a Lancia vai crescer até se tornar no concorrente da Mercedes dentro da Stellantis.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O Stratos é uma máquina infernal, de que apenas foram construídas 500 unidades, as necessárias para o homologar para competição. O seu motor 2.4 V6 foi herdado do Ferrari Dino 246 GT, que no Stratos de ralis atingia 275 cv na versão com cabeça de duas válvulas por cilindro e 320 cv se equipado com quatro válvulas. A maior potência e o peso idealmente distribuído pelos dois eixos, ao ter o motor colocado em posição central, tornaram o Lancia Stratos HF num carro difícil de bater no Mundial de Ralis. Foi sem surpresas que o agressivo coupé italiano conquistou o Campeonato do Mundo de marcas em 1974, 1975 e 1976, com a ajuda de Sandro Munari (seis vitórias), Bjorn Waldegaard (3), Bernard Darniche (1) e Jean-Claude Andruet (1).