Os britânicos da Aston Martin são outro dos fabricantes que se comprometeram a só produzir veículos eléctricos a partir de 2030, ou seja, cinco antes de se tornar obrigatório pela União Europeia. Isto significa que um dos construtores que mais depende dos motores potentes para impressionar os seus potenciais clientes, tanto nas acelerações como no roncar dos motores V8 e V12, vai trocar a gasolina por electrões como combustível.

Este anúncio acontece num momento em que a marca está em vias de começar a entregar as 150 unidades do Valkyrie aos clientes, um monstro com 1155 cv – fruto da associação de um 6.5 V12 atmosférico e um sistema Kers similar aos F1, com um motor eléctrico com 163 cv – que usa um chassi que promete ser terrivelmente eficaz (foi desenhado por Adrian Newey, que concebe os F1 da Red Bull, apontados como os mais eficientes). No início de 2024, será a vez de iniciar as entregas do Valhalla, uma versão mais pequena e acessível do Valkyrie, equipado com um 4.0 V8 sobrealimentado, associado a três motores eléctricos de um sistema híbrido plug-in (PHEV), de forma a totalizar 950 cv.

O mais potente destes modelos pretende disputar o estatuto do hiperdesportivo mais rápido em estrada ou em pista, para depois a Aston Martin começar a oferecer o seu primeiro PHEV em 2024, o Valhalla. Além destes impressionantes desportivos, para 2025 está agendada a chegada do primeiro veículo eléctrico alimentado exclusivamente por bateria do construtor (entre os fabricados em série, o que deixa fora da listagem o Rapide E). Os pormenores sobre este primeiro EV ainda não foram divulgados, mas sabe-se que será um desportivo de dois lugares.

6 fotos

Esta mudança de motores de combustão para unidades eléctricas pode causar alguma estranheza junto dos clientes tradicionais, que poderão contudo continuar a adquirir os modelos da gama com motor a combustão durante mais oito anos. Mas o fabricante aposta que esta decisão fará maravilhas junto dos condutores mais virados para as novas tecnologias e junto de todos aqueles que estão dispostos a receber de braços abertos propostas com potência mais elevada e uma capacidade de aceleração mais respeitável.

O roncar dos V8 e V12 vai desaparecer, a menos que o construtor encontre um sintetizador que reproduza artificialmente o emocionante ruído dos nobres motores de combustão da casa. Mas a raça, a capacidade de aceleração, a eficácia de comportamento e, especialmente, o cuidado e a exigência colocados nos materiais e nos acabamentos garantirão, à partida, que os clientes da marca continuarão fiéis. Convém ter presente que dos 109.000 veículos que a Aston Martin produziu nos seus 109 anos de história, 95% ainda estão em circulação.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR