O Santander Portugal obteve lucros de 155,4 milhões de euros no primeiro trimestre, o que compara com 34,2 milhões no primeiro trimestre de 2021, altura em que o banco tinha registado um custo extraordinário relacionado com os cortes de pessoal e redução de agências, subtraindo aos lucros.

Em nota de imprensa, o banco explica que no primeiro trimestre de 2021 tinha sido registado um encargo extraordinário, no valor de 164,5 milhões de euros (líquido de impostos), para fazer face ao plano de transformação em curso, “com a otimização da rede de agências e investimentos em processos e tecnologia”. Face a dezembro, neste primeiro trimestre o banco ainda reduziu quatro agências e 84 pessoas. Assim, no final do trimestre o banco tinha 4.721 trabalhadores e 344 agências.

Os custos operacionais ficaram assim em 121 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, menos 15,6% que há um ano, contribuindo para esta queda a redução em 19% dos custos com pessoal e de 11,7% dos gastos gerais administrações.

Ainda assim a queda no produto bancário foi maior, de 21,2%, para 331,7 milhões de euros, o que resultou numa redução do resultado de exploração de 24,1% para 210,7 milhões de euros. O Santander Portugal explica que “a dinâmica do produto bancário esteve bastante influenciada pela evolução dos resultados em operações financeiras, que se reduziram em 94% face ao período homólogo, quando tinham atingido um valor muito elevado, fruto da gestão da carteira de títulos”.

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Na atividade bancária comercial, a margem financeira estabilizou, subindo ligeiros 0,7%, para 193,9 milhões de euros, isto apesar, salienta o banco liderado por Pedro Castro e Almeida, “do contexto de taxas de juro negativas” e “continuada redução dos spreads de crédito, num enquadramento concorrencial que permanece bastante competitivo”.

Já as comissões líquidas elevaram-se em 23,3%, para 119,1 milhões de euros, o que a instituição explica pela “incremento dos níveis de transacionalidade dos clientes, mas em particular pelo foco na estratégia de poupança e proteção”, o que conduziu à “diversificação dos recursos de clientes em fundos e seguros financeiros, assim como na distribuição de seguros autónomos de risco”.

Neste primeiro trimestre também o nível de imparidades foi bem mais reduzido do que há um ano. As imparidades registadas ficaram nos 3 milhões, menos 91,1% que no ano passado, explicado pela “melhoria das condições económicas”. O banco garante, por outro lado, que o fim das moratórias no final do terceiro trimestre do ano passado “não resultou numa deterioração percetível da qualidade creditícia”. O rácio de exposições não performativas (malparado) manteve-se nos 2,3%.

A carteira de crédito (bruto) no final de março atingiu os 43,5 mil milhões de euros, mais 1,2% que há um ano. O crédito à habitação está com 24,4 mil milhões. Já o crédito a empresas ascendeu a 16,1 mil milhões de euros, menos 2% que no final de março de 2021. A instituição explica a queda “pela elevada liquidez acumulada pelas empresas em 2021”.

Os recursos de clientes atingiram 47,5 mil milhões de euros, mais 8,3% que há um ano, com os depósitos a subirem 8,4% para mais de 39 mil milhões de euros. O Santander Portugal vai chamando a atenção, no entanto, para a correção dos mercados em virtude da guerra na Ucrânia que levou a que os volumes em fundos de investimentos já registassem uma queda de 5,6% face ao final de 2021.

O banco continua com rácios de capital sólidos. O CET1 atingiu 21,4%, ainda assim face ao final de 2021 refletem uma queda de 4,6 pontos já que o banco decidiu distribuir dividendos em 2022.

(Notícia atualizada com mais informações às 9h50)