A Câmara de Coimbra retirou, na reunião desta segunda-feira, a proposta de internalização dos Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) num departamento camarário a criar, bem como a reestruturação da organização dos serviços municipais.

Mesmo no final da reunião de executivo municipal, o ponto foi retirado por sugestão do vereador da CDU, Francisco Queirós.

Propusemos que anulasse esta proposta, que retirasse da ordem de trabalhos e dissemo-lo desde logo que este processo de internalização suscita imensas dúvidas. Quanto ao seu conteúdo é altamente duvidoso que seja benéfico para Coimbra, para os SMTUC, para os seus trabalhadores para os munícipes”, disse no final da reunião, o vereador da CDU.

Francisco Queirós acrescentou que outro dos motivos da sua posição passa pelo facto de que o processo “não estaria a ser bem conduzido”.

“Por exemplo, hoje decorreram reuniões com sindicatos” e se o ponto tivesse sido votado, “amanhã e depois de amanhã iriam decorrer reuniões com outros sindicatos. Estar-se-ia a fazer uma discussão quando a questão já estaria em parte resolvida”, explicou.

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O presidente da Câmara Municipal de Coimbra, eleito pela coligação “Juntos Somos Coimbra” (PSD, CDS-PP, Nós, Cidadãos!, PPM, Aliança, RiR e Volt), José Manuel Silva referiu que na reunião foram levantadas questões e receios “completamente artificiais” que provocaram “preocupações”, nomeadamente nos trabalhadores e até nos seus familiares e nos conimbricenses, por isso “vai continuar com o diálogo para que “não restem dúvidas nenhumas”.

Esta nossa disponibilidade para o diálogo, o facto de não termos nada a esconder e dos objetivos serem positivos para os transportes urbanos de Coimbra, para a Câmara e para a gestão das duas instituições, levam-nos a tomar esta decisão que foi sugerida pela oposição”, acrescentou o autarca.

José Manuel Silva frisou que está disponível “para todos os debates”.

Para a vereadora do PS, Regina Bento, após longas horas de reunião “acabou por imperar o bom senso”, dando a possibilidade de “fazer um caminho que “não foi feito até agora”.

“Isto iria ser uma decisão muito fraturante, seria extinguir os Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC) não tendo havido qualquer processo de debate público”, acrescentou.

José Manuel Silva no período de antes da ordem do dia, na reunião de Câmara Municipal interveio frisando que os munícipes “não irão sentir nenhuma consequência negativa” com a proposta de reestruturação orgânica nuclear dos serviços da Câmara Municipal de Coimbra.

Na sessão acusou a conferência de imprensa do PS contra integração dos Transportes Urbanos num departamento camarário “teatral”.

O autarca referiu que o Partido Socialista aproveitou o facto de os SMTUC serem internalizados no Departamento de Mobilidade da Câmara, a criar, como uma “oportunidade de fazer política do contra, com recurso a adjetivos, demagogias, lucubrações, fantasmas, teorizações catastrofistas, mas sem um único argumento válido que as sustente”.

Já a vereadora, no final da reunião disse que o autarca na sua intervenção foi “muito inconveniente” e até “muito pouco educado e muito pouco respeitoso com a oposição”.

“Neste caso em concreto essa atitude só demonstrou a insegurança que ele tinha neste processo e que acabou por fazer com que retirasse o ponto da agenda, porque de facto não havia fundamentação credível para avançar nesta fase com uma decisão destas de extinção dos SMTUC”, concluiu.