A Tesla fez recentemente um recall de um milhão de veículos, para resolver um problema relacionado com os vidros eléctricos das portas. Mas essa questão pode ser resolvida da forma que o construtor e os seus clientes mais gostam, ou seja, através de uma actualização remota de software. Isto é bom para o fabricante, que assim envia numa questão de segundos uma nova parte do programa para todos os clientes cujos veículos necessitam da modificação, mas é igualmente bom para os clientes, que assim recebem o novo software over-the-air (OTA), para depois apenas terem de clicar em “OK” para actualizar, sem custos e sem a necessidade de se deslocarem à oficina.

Agora são muito menos os modelos envolvidos, apenas 24.064 unidades do Model 3, para mais vendidas nos EUA – o que não implica que não venham parar à Europa ou a outros mercados, no circuito dos usados –, mas esta não é a única diferença entre este recall e os restantes. Isto porque, desta vez, os Tesla têm mesmo de realizar uma visita à oficina.

O problema dos Model 3 prende-se com os cintos de segurança esquerdos e centrais do assento traseiro, que podem estar mal fixados. O curioso é que estes problemas de montagem não foram motivados por qualquer deficiência no momento de fabrico, mas durante operações de manutenção ou reparação, de veículos que foram assistidos nos centros da Tesla.

De acordo com a Autoridade de Segurança Rodoviária norte-americana, a NHTSA, juntamente com o construtor, verificou-se que alguns dos veículos que tiveram de ser alvo de reparações nos centros de assistência da Tesla, fabricados entre 2017 e 2022, apresentavam tendência para ter um aperto incorrecto em alguns dos cintos traseiros, precisamente nas fixações que foram desmontadas e posteriormente montadas nos modelos intervencionados.

Segundo foi apurado, 105 reparações foram efectuadas com defeito, sem que isso tenha ocasionado acidentes, danos ou ferimentos, mesmo as relativas a reclamações ao abrigo da garantia. A Tesla optou por mandar recolher à oficina todos os modelos que, durante os cinco anos, visitaram as oficinas e tiveram intervenções naquela área específica. Obviamente, a deslocação física ao mecânico será um incómodo, mas imprescindível desta vez, pois uma actualização de software OTA não conseguiria resolver o problema.

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