Poucos acreditavam a 7 de setembro, quando o FC Porto foi a Madrid perder com o Atlético. Menos ainda acreditavam a 13 de setembro, quando o FC Porto foi goleado pelo Club Brugge no Dragão. Muitos começaram a acreditar a 4 de outubro, quando o FC Porto venceu o Bayer Leverkusen, e quase todos continuaram a acreditar a 13 de outubro, quando o FC Porto bateu novamente o Bayer Leverkusen. No fim, aconteceu mesmo: os dragões conquistaram o grupo da Liga dos Campeões depois de terem perdido nas duas primeiras jornadas, algo que só tinha acontecido com o Panathinaikos há mais de uma década.

Taremi, o embaixador de uma equipa que é, quer e só pode ser europeia (a crónica do FC Porto-Atl. Madrid)

Com a vitória desta terça-feira frente ao Atl. Madrid e com o empate sem golos do Club Brugge na Alemanha com o Bayer Leverkusen, o FC Porto terminou o Grupo B com 12 pontos, mais um do que os belgas, sendo que os alemães ficaram com o lugar que dá acesso à Liga Europa e os espanhóis estão oficialmente fora das competições europeias. Os dragões venceram um grupo da Liga dos Campeões pela sexta vez, sendo que a última tinha sido já em 2018/19, e registaram quatro triunfos consecutivos na competição pela terceira ocasião.

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Com este primeiro lugar, o FC Porto será cabeça-de-série no sorteio do próximo dia 7 de novembro, juntando-se a Manchester City, Chelsea e Bayern Munique no lote de equipas que já carimbaram esse estatuto. Quanto ao Atl. Madrid, esta é a primeira vez que o clube espanhol fica no último lugar do grupo da Liga dos Campeões, sendo que 2010/11 que os colchoneros não eram eliminados das competições europeias tão cedo.

Depois do apito final, Taremi foi um dos jogadores do FC Porto que passaram pela zona de entrevistas rápidas. “Não foi um jogo fácil. Tivemos muito respeito pelo Atl. Madrid porque são uma equipa de topo. Demos o nosso melhor e conseguimos a vitória. A nossa ambição era vencer o grupo e felizmente conseguimos. Como disse sempre, trabalho para a equipa, faço o melhor e os golo surgem. Este é o meu trabalho. Agradeço aos meus colegas, que me ajudam a marcar golos”, disse o avançado iraniano, que voltou a marcar depois de ter feito dois golos ao Club Brugge na jornada anterior.

Já Sérgio Conceição, também na flash interview, o treinador dos dragões sublinhou que a equipa poderia ter sido mais eficaz. “Tenho a certeza de que, se fôssemos mais eficazes, o resultado seria outro. Mas faz parte daquilo que é o jogo. Temos de olhar para isto de outra forma, não necessitamos de que as pessoas entendam que foi um jogo equilibrado mas fomos superiores. Era um jogo difícil, pela necessidade do Atl. Madrid de continuar na Europa, de perceber que tinham de arriscar um pouco mais, com o De Paul no corredor central, o Giménez, o Félix, gente de cariz ofensivo. Percebemos que era mais importante olharmos para nós do que para o adversário, percebendo também que há certas características de que a equipa do Simeone não abdica. Tivemos momentos que roçaram a perfeição, sem bola fomos uma equipa humilde e compacta. Com bola, faltou-nos sermos um bocadinho mais eficazes à frente do Oblak. Mas é normal, fruto do crescimento da equipa”, começou por dizer o técnico, deixando depois uma espécie de balanço da fase de grupos.

“Balanço? O balanço que faço é que estamos muito felizes. Houve muitas pessoas, até de dentro [do clube], que meteram a viola no saco. E agora nós estamos nos oitavos com o primeiro lugar garantido. É fantástico. Mérito dos jogadores. Preparámos o jogo onde o nosso início de construção era com o nossos centrais para o Diogo [Costa], porque ele define como ninguém. Tivemos de passar a mensagem ao Zaidu, que não pode ligar dentro, e praticamente os golos surgiram do Zaidu, que é tão criticado porque tecnicamente não é o jogador que tantos acham que devia ser mas tem outras coisas que são fantásticas. E se calhar, se tivesse tudo isso, estava no melhor clube do mundo — que eu acho que é o nosso, o FC Porto, mas que em termos financeiros não o é”, completou Conceição, deixando claros elogios ao lateral que saiu lesionado logo no início da segunda parte.

Mais à frente, o treinador do FC Porto falou sobre o futuro da equipa. “Quero pensar no P. Ferreira e naquilo que não fizemos na última jornada. Não aceito uma equipa que faz isto, em termos de qualidade, com todo o respeito que tenho pelo Santa Clara, perdermos pontos como perdemos. Temos de ir atrás, focar e pensar que os verdadeiros campeões são aqueles que se mantêm sempre em alto nível. Pode um dia ser menos inspirado mas a transpiração tem de estar sempre. A transpiração não quer dizer que esta equipa ande por aí a correr à toa. Mas sim a correr de uma forma organizada, ter uma mentalidade vencedora”, acrescentou Sérgio Conceição.