A ministra da Defesa Nacional, Helena Carreiras, defendeu esta quarta-feira que os aumentos salariais nas Forças Armadas anunciados na terça-feira procuraram “valorizar mais aqueles que menos têm” e que esse esforço “deve ser reconhecido”.

“Estamos convictos de que este aumento é um aumento justo, que vinha a ser solicitado. Todos gostaríamos naturalmente de poder aumentar mais, mas o país vive na circunstância que conhecem. Foi uma forma de valorizar mais aqueles que menos têm. Penso que deve ser reconhecido esse esforço, que é um esforço coletivo, é um esforço do Governo e também aplicado aos militares”, considerou.

Helena Carreiras falava aos jornalistas à margem da cerimónia da abertura do ano letivo 2022/2023 da Academia Militar, no concelho da Amadora, em Lisboa, quando questionada sobre os aumentos mensais entre 52 e 104 euros anunciados na terça-feira pelo Governo.

A governante referiu que a valorização salarial dos militares foi feita à semelhança do que aconteceu na administração pública após uma “auscultação das associações militares“.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Interrogada sobre o protesto marcado para o próximo dia 19 que vai juntar associações de militares e das forças de segurança, que apelam a uma maior “justiça salarial”, Helena Carreiras respondeu que estas organizações “têm naturalmente o direito a manifestar-se”.

“Creio que fizemos o que tínhamos que fazer, reunimos três vezes nos últimos sete meses, mantemos a vontade de continuar a conversar com as associações, vamos continuar a ouvi-las. Consideramos que esta é uma valorização justa, que aumenta os vencimentos, sobretudo dos militares nas categorias inferiores, mais baixas e que, portanto, vem responder a ambições legitimas que vinham sendo expressas”, sustentou.

Helena Carreiras remeteu para um “futuro próximo” conversações com estas associações sobre a revisão das carreiras nas Forças Armadas.

De acordo com o Ministério da Defesa, no próximo ano, os militares das Forças Armadas e os militarizados terão aumentos mensais entre 52 euros e 104 euros, a que acrescem o suplemento de condição militar.

OE2023. Forças Armadas com aumentos mensais entre 52 e 104 euros

“Em termos relativos, trata-se de valorizações salariais que ascendem aos 11% para níveis remuneratórios mais baixos e se situam nos 2% para níveis remuneratórios mais altos”, lê-se na nota divulgada esta terça-feira.

O secretário de Estado da Defesa, Marco Capitão Ferreira, esteve na terça reunido com as associações profissionais de militares e de militarizados — à exceção da Associação Nacional de Sargentos, com quem se irá reunir na sexta-feira — “no quadro da auscultação às associações sobre a valorização salarial na Defesa” e que “foram precedidas de consulta com os Chefes de Estado-Maior“.

Estes valores são idênticos aos previstos para a Administração Pública, no acordo de valorização salarial e de carreiras assinado no final do mês de outubro entre o Governo e os dois sindicatos da UGT (a Fesap e o STE) e que não foi subscrito pela Frente Comum, da CGTP-IN.