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A Ucrânia admitiu que o seu exército está a enfrentar uma “situação difícil” na cidade de Soledar, onde decorrem os “mais ferozes e intensos combates”. As informações contradizem as alegações do grupo militar privado Wagner (ligado à Rússia), que garantiu controlar totalmente o território.

Segundo as autoridades ucranianas, centenas de civis continuam na cidade, sem possibilidade de sair devido aos confrontos. O governador ucraniano de Donetsk, Pavlo Kyrylenko, revelou que 559 pessoas, incluindo 15 crianças, não conseguem sair de Soledar.

Após uma nova reunião com as chefias militares ucranianas, o Presidente Zelensky garantiu que será enviado “tudo o que for necessário” às tropas que combatem em Soledar e também em Bakhmut.

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Esta quinta-feira também fica marcada pelas declarações da porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, que criticou a entrega de armas pelo Ocidente à Ucrânia. “O conflito na Ucrânia tornou-se numa mina de ouro para a indústria militar dos EUA”, acusou Maria Zakharova.

Nas últimas horas também foi conhecido que um membro do regime chinês terá dito que “Putin está doido”, avançou o Financial Times. Segundo a mesma fonte, que não é identificada, a generalidade dos membros do governo chinês acreditam que a “Rússia acabará por fracassar na Ucrânia”.

O que aconteceu durante a noite?

  • O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia repreendeu o chefe da diplomacia turca, Mevlut Cavusoglu, pelo apoio demonstrado por Ancara ao plano de paz traçado pelo Presidente da Ucrânia.
  • A companhia privada Wagner negou as declarações do Ministério da Defesa russo de que a força aérea participou nas operações na cidade de Soledar, onde decorrem fortes combates.
  • O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan, está a planear discutir com o homólogo russo e ucraniano a possibilidade de criar um corredor humanitário. A Turquia tem agido como mediador entre os dois países, tendo contribuído para o acordo de exportação de cereais ucranianos.
  • A França e a Polónia anunciaram o envio de tanques para apoiar a Ucrânia, hipótese que o Reino Unido também está a avaliar e levou o propagandista do Kremlin Vladimir Solovyov a deixar vários avisos. O apresentador russo disse que deveriam, “se necessário”, disparar armas nucleares táticas para os sítios militares nos seus territórios caso pretendam enviar esse tipo de armamentos. “Ou vamos esperar que centenas de milhares de tanques apareçam no nosso território?”, questionou.

  • A Rússia poderá aumentar o limite superior de idade de recrutamento para as Forças Armadas já na primavera. O presidente do comité de defesa do parlamento russo, Andrei Kartapolov, indicou que o objetivo é estabelecer como limite os 30 anos de idade, que atualmente está fixado nos 27.
  • O líder pró-russo da Crimeia, Vladimir Konstantinov, disse à agência de notícias russa RIA que vai exigir uma “compensação financeira” às autoridades ucranianas após os danos causados na ponte de Kerch, destruída parcialmente na primeira semana de outubro.
  • A ministra da Defesa alemã, Christine Lambrecht, afirmou que no atual momento não está em debate o envio de tanques Leopard 2 da Alemanha para a Ucrânia, apesar de indiciar que a abordagem correta consiste em “não excluir nada”.
  • Numa altura em que os combates entre as forças russas e ucranianas se concentram na cidade de Soledar, o porta-voz do Kremlin deixou uma aviso: “Não é tempo de parar e esfregar as mãos. O importante ainda está por vir”.
  • Uma porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo revelou que o chefe da diplomacia, Sergei Lavrov, vai viajar até a Bielorrússia no dia 19 de janeiro. Em dezembro, Lavrov já tinha visitado Minsk juntamente com o Presidente Vladimir Putin.

O que aconteceu durante a tarde?

  • O embaixador ucraniano no Reino Unido reagiu à nova mudança nas chefias militares russas, ironizando que da próxima vez poderá ser o próprio líder russo a comandar as tropas. “Se continuar assim, será o próprio Presidente russo, Vladimir Putin, que vai liderar as tropas”, afirmou Vadim Pristaiko em entrevista à Sky News.
  • O navio HMS Portland da Marinha britânica está a acompanhar o trajeto da fragata Gorshkov, equipada com mísseis que têm capacidade nuclear, e do navio Kama. As autoridades britânicas revelaram que a fragata e o navio russos estão a navegar em águas internacionais perto do Reino Unido.
  • Um tribunal russo condenou esta quinta-feira um soldado a cinco anos de prisão por recusar combater na “operação militar especial” na Ucrânia durante o serviço militar. Segundo o Moscow Times, Marsel Kandarov não reportou às ordens em maio de 2022, quando convocado pelas autoridades russas.
  • A empresa Uralvagonzavod entregou um novo fornecimento de tanques T-90M Proryv ao Ministério da Defesa russo para o exército, avançou a agência estatal Ria Novosti.
  • O Kremlin indicou que o Presidente russo falará com o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) se necessário. No entanto, por agora não está marcada nenhuma reunião entre os dois para discutir a situação na central nuclear de Zaporíjia, alvo de bombardeamentos nos quais as tropas ucranianas e russas trocam acusações.
  • Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia negou ter pedido exclusão da Bielorrússia de novo pacote de sanções da UE. Numa mensagem publicada nas redes sociais e divulgada pela NEXTA, Oleg Nikolenko afirmou que as notícias sobre o alegado pedido são “falsas”.
  • O novo comandante-adjunto da Rússia, Oleg Salyukov, visitou esta quinta-feira tropas na Bielorrússia, um dia depois de Moscovo anunciar uma reestruturação das suas lideranças militares.
  • Ilya Ponomarev, opositor russo que tem a cidadania ucraniana, acredita que o Presidente russo morrerá antes do seu aniversário, a 8 de outubro. “A minha previsão permanece a mesma: ele não vai estar vivo no seu próximo aniversário”, disse em entrevista à Newsweek.
  • O Ministério de Defesa britânico indicou no mais recente relatório que a Rússia estará a reforçar a linha da frente de Kremina, na região de Lugansk, com elementos das forças aerotransportadoras (VDV), um braço independente das Forças Armadas russas. Trata-se de uma tentativa para reforçar a “significativamente vulnerável” frente de batalha.
  • O Presidente russo humilhou um dos seus vice-primeiro-ministro numa videochamada pública. À frente de vários outros membros do governo, Vladimir Putin acusou Denis Manturov de trabalhar a um ritmo lento e andar “a brincar” com as tarefas a seu cargo.

O que aconteceu durante a manhã?

  • O Ministério da Defesa da Ucrânia divulgou uma nova atualização sobre as baixas no Exército russo. De acordo com a estimativa ucraniana, desde o início da guerra, morreram cerca de 113.340 soldados russos.
  • A Organização Não-Governamental Human Rights Watch critica os “crimes contra a humanidade” cometidos pela Rússia, que causou danos “devastadores” e “atacou civis” na sua invasão da Ucrânia. No seu relatório anual, a ONG admite que a Rússia terá cometido crimes como tortura e execuções sumárias de civis.
  • A ONU alertou para a situação dos civis que permanecem nas cidades ucranianas de Soledar e Bakhmut, alvo de ataques pelas forças russas. A organização lembra que, perante os intensos combates, as hipóteses de retirada ou assistência à população são muito reduzidas.
  • O representante permanente da Rússia nas Nações Unidas, Dimitri Polianski, anunciou que o Conselho de Segurança da ONU realizará uma reunião sobre a Ucrânia na próxima semana, a pedido de Moscovo.
  • A Ucrânia garante ter matado mais de 100 soldados russos com apenas um ataque, na zona de Soledar – uma cidade que está a assistir a combate intenso e que o grupo militar privado Wagner (ligado à Rússia) tinha garantido controlar totalmente. Imagens de satélite divulgadas pela empresa norte-americana Maxar Technologies mostram a destruição quase completa da cidade de Soledar.