Com os primeiros rasgos de sol da manhã, o despertador toca. Como reação ao som, o primeiro impacto é desligá-lo. Ao indivíduo que interrompera o sono para dar início ao desenvolvimento das suas atividades matinais e que, por sinal, programara o aparelho para dar o alerta de sair na cama à hora indicada, apraz-lhe dizer “só mais cinco minutos”. O Sporting exagerou e pediu mais 45 para, com o pé descalço, sentir o frio invernal que lhe estava prometido para o momento seguinte a sair da cama e acordar para o dia. Um incómodo batizado de Vizela.
Não é a primeira vez que as inconstâncias dos jogadores do Sporting têm deixado o treinador em apuros, mas, ao mesmo tempo, Rúben Amorim tem aprofundado os seus conhecimentos em gestão de crises. Só que quando o buraco a tapar é tão grande, pode não haver remendo que o tape e, de preferência, que o faça de uma maneira que transcenda a precariedade de se achar que o problemas está resolvido quando basta saltar a ponta de uma linha para que fique a descoberto a verdadeira causa da questão.
O Sporting é o tipo de pessoa que, entre comer em casa ou no restaurante, prefere não ir para longe. Está provado que os leões comprometem muito menos na sua selva. É o chamado jogar pelo seguro. Seja pelo conforto de um teto conhecido, seja pela familiaridade com a decoração, o Sporting sentiu saudades do domicílio nas últimas duas jornadas em que viajou até à Madeira e à Luz e de lá regressou com más lembranças já que na mala só um ponto não roubou espaço a recordações fúteis de resultados negativos.
Na tentativa de levar algo de bom do jogo, Paulinho (5′) deslocou-se até junto do guarda-redes do Vizela, Buntic, tentou picar a bola de pé esquerdo e deu ao croata uma marca para não se esquecer que por ali tinha passado quando lhe enviou a bola ao rosto. Para vingar o soldado abatido, Osmajic (11′) teve uma grande oportunidade para colocar a equipa do Vizela na frente, mas o defensor das redes do Sporting, Adán, não quis que a felicidade dos minhotos fosse maior que a desilusão que a equipa verde e branca sofreu no momento anterior.
Ficha de Jogo
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Sporting-Vizela, 2-1
17.ª jornada da Primeira Liga
Estádio de Alvalade, em Lisboa
Árbitro: Rui Costa (AF Porto)
Sporting: Adán, Porro, Inácio, Coates, Matheus Reis, Nuno Santos (St. Juste 87′), Manuel Ugarte (Tanlongo 76′), Pedro Gonçalves (Chermiti 77′), Trincão (Arthur 56′), Edwards (Morita 45′) e Paulinho
Suplentes não utilizados: Franco Israel, Rochinha, Ricardo Esgaio e José Marsà
Treinador: Rúben Amorim
Vizela: Buntic, Igor Julião, Anderson Jesus, Bruno Wilson, Aidara, Kiki Afonso (Matheus Pereira 68′), Raphael Guzzo, Samu (Zohi 83′), Nuno Moreira (Méndez 68′), Kiko Bondoso (Rashid 83′) e Osmajic (Schmidt 87′)
Suplentes não utilizados: Luiz Felipe, Matías Lacava, Tomás Silva e Etim
Treinador: Manuel Tulipa
Golos: Pedro Gonçalves (59′), Mendéz (75′) e Porro (90+5′)
Ação disciplinar: cartões amarelos a Paulinho (75′), Igor Julião (90′) e Chermiti (90+9′)
A equipa chegava à frente, mas, dentro do jogo tático, o treinador do Vizela, Tulipa, manteve algumas salvaguardas. O técnico montou um 3x4x3, adicionando um central à linha defensiva e deixando Osmajic solto na frente. Quando a defender, os minhotos posicionaram a linha defensiva muito subida no terreno para tentarem apanhar os atacantes leoninos em posição irregular e, assim, anularem o ataque à profundidade. O Sporting de Rúben Amorim, como habitual, também escolheu o sistema de 3x4x3 com Nuno Santos na esquerda e Pedro Gonçalves no meio-campo e um jogo exterior que mobilizou muitos defesas vizelenses para que fosse travado.
Ao intervalo, Rúben Amorim lançou Morita que regressou após lesão. Os leões ganharam um domínio mais evidente e chegaram ao golo. Precisamente com recurso aos corredores, a equipa verde e branca desenhou o lance que deu a vantagem. A bola foi da esquerda à direita num ápice, Porro cruzou quando todos esperavam que rematasse e Pedro Gonçalves (59′), com precisão, adiantou a turma de Alvalade.
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Nem dez minutos durou a vantagem. Alex Méndez (75′), no campo há sete minutos, recebeu o cruzamento de Matheus Pereira e, de cabeça, marcou. Um golo inteiramente vindo do banco. A bola ainda esteve prestes a ser agarrada por Adán, mas o guarda-redes espanhol não conseguiu conter o ímpeto que levava.
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Mesmo com um resultado negativo, Rúben Amorim não se inibiu de lançar Chermiti e estrear Tanlongo para os lugares de Ugarte e Pedro Gonçalves. Só para lá da hora, o Sporting recuperou o que tinha perdido e adiantou-se com um golo de Porro (90+5′) da marca de grande penalidade, fixando o 2-1.