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A Rússia celebrou o dia da Vitória com um desfile em Moscovo, em que Vladimir Putin acusou o Ocidente de “russofobia” e de destruir os valores “tradicionais familiares”. A parada foi, este ano, mais humilde do que em anos anteriores — por exemplo, só um tanque fez parte do cortejo, um T-34, que data da época soviética, especulando-se que poderá representar uma falta de carros de combates no arsenal russo.

O que aconteceu durante a tarde e a noite?

  • Estados Unidos aprovam novo pacote de ajuda para a Ucrânia e são mais 1,2 mil milhões de dólares em ajuda militar a Kiev. O novo pacote inclui, entre outros, novos sistemas de defesa aérea e munições de artilharia.
  • A China não vai “assistir ao fogo da outra margem” nem “atirar lenha para a lareira”. Pelo contrário, Pequim manterá comunicação com todas as partes envolvidas na crise da Ucrânia, segundo o seu ministro dos Negócios Estrangeiros. As declarações de Qin Gang surgem depois de a ministra alemã ter afirmado que Pequim pode ter um papel importante no fim da guerra.
  • Arman Soldin, jornalista da AFP morreu na Ucrânia, na sequência de um disparo de rocket. O incidente aconteceu nos arredores de Bakhmut.

Jornalista da AFP morre na Ucrânia depois da explosão de um rocket

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  • Não esperem uma contraofensiva cinematográfica de Kiev. As palavras são do chefe da diplomacia britânica, James Cleverly, durante uma visita aos Estados Unidos. Num momento em que a expectativa é grande, são várias as vozes de políticos, incluindo ucranianos, que tentam baixá-la. Todos têm de ser realistas. “Este é o mundo real, não é um filme de Hollywood”, acrescentou Cleverly.

Contraofensiva da Ucrânia não será “um filme de Hollywood”, diz ministro britânico dos Negócios Estrangeiros

  • Na mesma conferência de imprensa, Antony Blinken disse acreditar que a Ucrânia “tem o que precisa” para retomar os territórios ocupados pela Rússia. “Têm o que precisam para continuar a ter sucesso na recuperação de território que foi tomado à força pela Rússia nos últimos 14 meses”, disse o secretário de Estado dos EUA. “Não são apenas as armas, é o treinamento.”
  • Chamaram-lhe instalação de arte e o protesto visual foi criado pelo grupo Euromaidan-Warszawa, de apoio à Ucrânia. Esta terça-feira, na capital da Polónia, quando o embaixador russo Sergey Andreev se dirigiu ao memorial de vítimas soviéticas da II Guerra Mundial para depositar uma coroa de flores, tinha o caminho bloqueado.
  • Yevgeny Prigozhin disse ter sido informado de que ele e os seus mercenários do Grupo Wagner seriam considerados “traidores” se abandonassem as suas posições. “Ontem chegou uma ordem de combate que afirmava claramente que, se deixarmos nossas posições, isso será considerado traição contra a pátria. Essa foi a mensagem.”

Prigozhin recebeu mensagem da Rússia. Se Grupo Wagner retirar de Bakhmut será considerado “traidor da pátria”

O que aconteceu durante a manhã e o início da tarde?

  • No Dia da Europa, a bandeira da Ucrânia foi hasteada esta terça-feira em frente ao edifício da Comissão Europeia, em Bruxelas, em conjunto com as bandeiras da União Europeia.
  • A União Europeia (UE) revelou ainda que está a equacionar a possibilidade de sancionar países que ajudem a Rússia a contornar as sanções aplicadas por causa da invasão à Ucrânia.
  • Também neste dia, Volodymyr Zelensky considera que a União Europeia deveria tomar uma decisão em relação à abertura de um diálogo em torno da adesão da Ucrânia, depois de ter sido aprovado o estatuto de candidato no ano passado.
  • Annalena Baerbock, ministra dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, afirmou que a China pode ter um papel decisivo no fim da guerra na Ucrânia, tendo em conta o lugar permanente no Conselho de Segurança da ONU e o poder de influenciar o desenrolar do conflito.
  • No terreno, a Ucrânia está a planear uma contraofensiva “muito cuidadosamente” contra as forças russas. À Sky News, Denys Shmyhal, primeiro-ministro da Ucrânia, indicou que a operação vai ser lançada quando for a altura certa e que tudo está a ser preparado “muito cuidadosamente porque é uma operação muito importante”.

Contraofensiva preparada com cuidado porque tem de “demonstrar sucesso”, revela primeiro-ministro da Ucrânia

  • As Forças Armadas da Ucrânia afirmam que a Rússia está a utilizar aviação para causar a maior destruição possível na região ucraniana de Kherson e dificultar o início da esperada contraofensiva da Ucrânia.
  • O líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, referiu que os mercenários da sua milícia privada não vão abandonar a localidade de Bakhmut esta quarta-feira, tal como tinha ameaçado fazer na passada sexta-feira por causa da falta de munições.
  • Na Rússia, o desfile militar na Praça Vermelha celebrou o Dia da Vitória, com um discurso e Vladimir Putin em que o Presidente da Rússia falou de uma “guerra criminosa”, em que as “elites ocidentais continuam a dividir a sociedade”, “provocam um conflito sangrento”, além de desenvolverem “a russofobia e o nacionalismo agressivo”, e destruírem “os valores familiares que são próprios da Humanidade”.
  • O desfile contou apenas com um tanque — o T-34, que data da época soviética, especulando-se já que poderá representar uma falta de carros de combates no arsenal russo. Face ao ano passado, nota-se uma diferença considerável. No desfile do Dia da Vitória havia não só os T-34, como também estiveram presentes uma frota de tanques T-14 e de T-74.
  • António Guterres, secretário-geral da ONU, recebeu o Prémio Europeu Carlos V, em Espanha, e dedicou grande parte do discurso à invasão da Ucrânia, dizendo que “a guerra não é coisa do passado” e que a luta pela paz tem de ser “incansável”.
  • Antes de receber o prémio, numa entrevista ao El País, o secretário-geral das Nações Unidas admitiu serem impossíveis a curto prazo negociações de paz para pôr fim à guerra russa contra a Ucrânia.

  • Em Estrasburgo, o chanceler alemão lembrava o desfile em Moscovo, “a 2200 quilómetros daqui” com “soldados, tanques e mísseis”. “Não nos deixemos intimidar por esta manifestação de força. Temos de nos manter firmes neste apoio à Ucrânia, enquanto ela precisar.” Olaf Scholz terminou a dizer que “o passado não triunfará sobre o futuro” e que o “futuro é a União Europeia”.
  • O líder norte-coreano, Kim-Jong Un, aproveitou as celebrações do Dia da Vitória para enviar uma mensagem de apoio ao seu homólogo russo, Vladimir Putin: “O tenaz e justo povo russo vai continuar e vai alcançar a vitória no futuro.”