Nos primeiros três meses do ano, a taxa de desemprego aumentou 1,3 pontos percentuais face ao mesmo trimestre do ano anterior, segundo dados do INE divulgados esta quarta-feira. É o número mais alto desde o último trimestre de 2020, um período ainda fortemente marcado pela pandemia.

Esta taxa resulta de uma população desempregada que subiu mais do que a população empregada. O número de desempregados, estimado em 380,3 mil pessoas, cresceu 11% (mais 37,6 mil) em relação ao trimestre anterior e disparou 23,3% (mais 71,9 mil) face ao mesmo trimestre de 2022.

Já a população empregada, estimada em 4.924,7 milhões, aumentou 0,4% (21,8 mil) em relação ao último trimestre do ano passado, e 0,5% (23,8 mil) face ao trimestre homólogo. Como consequência destes indicadores, a taxa de desemprego sobe 0,7 p.p. em cadeia e 1,3 p.p em termos homólogos.

O desemprego de longa duração, por outro lado, está a descer: 36,5% da população desempregada estava sem trabalho há 12 ou mais meses, valor inferior em 5,5 p.p. ao do trimestre precedente e em 9,7 p.p. ao do trimestre homólogo. “O peso do desemprego de muito longa duração (24 ou mais meses) no desemprego de longa duração (62,6%) diminuiu 2,5 p.p. em relação ao trimestre anterior e aumentou 8,9 p.p. relativamente ao mesmo trimestre de 2022”, salienta o INE.

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A população ativa continua a subir: no primeiro trimestre era constituída por 5.305 milhões de pessoas, mais 1,1% face ao trimestre anterior e 1,8% em relação ao período homólogo.

881 mil pessoas estiveram em teletrabalho

Segundo o INE, no arranque do ano 17,9% dos trabalhadores estavam em teletrabalho, o que significa 881,6 mil pessoas, uma subida ligeira face ao trimestre anterior, de 0,9 pontos percentuais. Para o INE, estar em teletrabalho significa usar tecnologias de informação e comunicação para trabalhar.

Há outros trabalhadores que, apesar de trabalharem em casa, não usam essas ferramentas. Ao todo, segundo o instituto, no primeiro trimestre do ano, estavam a trabalhar em casa 19% dos empregados, o que representa 937 mil pessoas. Em média, estes trabalhadores ficaram a trabalhar a partir de casa quatro dias por semana, à semelhança do que aconteceu em trimestres anteriores.

Entre os que trabalharam em casa, 27% (252,9 mil) fizeram-no sempre, 31,6% (295,6 mil) fizeram-no regularmente num sistema misto que concilia trabalho presencial e em casa, 15,2% (142,6 mil) trabalharam em casa pontualmente e 25,7% (240,4 mil) trabalharam fora do horário de trabalho. O aumento mais significativo (1,3 p.p.) em cadeia é dos que conciliaram trabalho presencial e em casa (1,3 p.p.) e dos que trabalharam em casa fora do horário de trabalho (1 p.p.).

Entre os que têm um regime misto, o sistema de combinação mais comum foi “o que conjuga alguns dias por semana em casa, em todas as semanas (66,9%; 197,9 mil), diminuindo (1,8 p.p.), no entanto, em relação ao 4.º trimestre de 2022”. Os empregados num sistema híbrido trabalharam em casa, em média, três dias por semana.