O Sindicato de Todos os Professores (Stop) afirmou esta quinta-feira haver “pelo menos” cinco delegados sindicais alvo de processos disciplinares das escolas onde trabalham, prometendo lutar na justiça para defender os interesses dos professores.

Daremos todo o apoio aos colegas que sejam alvo de um processo disciplinar ou que pretendam, de alguma maneira, intentar uma ação quando são alvo destas perseguições nas escolas em que trabalham”, afirmou aos jornalistas a dirigente Carla Piedade.

Questionada sobre se os processos disciplinares significam que há uma perseguição aos delegados sindicais, respondeu: “Há uma questão muito particular com todos os professores que são delegados sindicais do Stop e que tenham tido uma atividade questionadora acerca da falta de gestão democrática nas escolas”.

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Em declarações à porta da Escola Básica 2/3 Teixeira de Pascoaes, em Amarante, o Stop denunciou o caso da professora Anabela Magalhães, de 61 anos, delegada sindical, com um processo disciplinar.

A dirigente acentuou, a propósito, que os professores estão a sofrer “represálias” das escolas, dando como exemplos os casos ocorridos em Esmoriz, Lisboa, Setúbal e Aver-o-Mar.

André Pestana, outro dirigente do Stop que esteve na manhã desta quinta-feira em Amarante, avisou os “diretores das escolas que fazem assédio” que, “se se metem com um professor, metem-se com todos”.

“Este trabalho de equipa que iniciou a maior luta na educação também se manifesta nestas situações, quando um de nós é assediado”, referiu, prosseguindo: “Não queremos voltar a uma sociedade em que na escola temos aulas de cidadania, mas depois não há democracia, nem liberdade na escola”.

A professora Anabela Magalhães, a quem foi instaurado o processo disciplinar, disse aos jornalistas desconhecer o que motivou aquele procedimento.

Informou, ainda, que neste ano letivo já viu os seus horários mudados quatro vezes, sem saber o motivo, sentindo-se prejudicada por isso.