O recente Campeonato do Mundo de judo, realizado em Doha, ficou como uma das piores prestações globais de Portugal na competição. Os resultados de todos os Grandes Prémios e Grand Slams desde o início do ano abriam até a expetativa da conquista de medalhas mas, por razões distintas, os principais judocas nacionais foram caindo nas rondas preliminares. Foi o caso de Catarina Costa, atual número oito do ranking mundial da categoria de -48kg, que ficou isenta da ronda inicial e perdeu de seguida com a brasileira Amanda Lima. Foi o caso de Telma Monteiro, 15.ª do ranking mundial da categoria de -57kg, que ficou também isenta da ronda inicial mas perdeu de seguida com Kaja Kajzer. Em Ulaanbaatar começava a redenção.

Catarina Costa e Rodrigo Lopes ‘caem’ nos combates de estreia dos Mundiais de judo

Isenta da primeira ronda no Grand Slam da Mongólia, Catarina Costa começou por derrotar a atleta da casa Anudari Jamsran, perdendo depois com a japonesa Hikari Yoshioki, 46.ª da hierarquia mundial (e a sexta nipónica numa categoria com tradição no país). A portuguesa caiu assim para as repescagens, chegando ao combate de atribuição da medalha de bronze após derrotar Chen-Hao Lin (36.ª) e tendo pela frente a cazaque Galiya Tynbayeva, com quem tinha perdido nos dois confrontos anteriores. Agora, à terceira foi de vez: após ter começado com um wazari logo a abrir, a atleta (e médica) de Coimbra conseguiu travar três bons ataques da adversária e marcou depois outro wazari para assegurar o pódio na prova.

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Catarina virou o mundo do avesso. O dela, o das outras, o de todos. E o diploma teve quase a forma de medalha

De recordar que, a partir deste Grand Slam na capital da Mongólia, os pontos para a qualificação olímpica passam a contar a 100%, com Catarina Costa a somar mais 500 que lhe podem valer a subida ao sétimo lugar do ranking e a consolidação de uma vaga de acesso aos Jogos de Paris no próximo verão de 2024. Este ano, a judoca de Coimbra tinha ganho uma medalha de prata em Tashkent entre outros resultados de mérito mesmo não estando no seu melhor momento como o quinto lugar em Lisboa ou o sétimo em Astana. Já Telma Monteiro, que tinha também conseguido apurar-se para o bloco final, acabou por não aguentar em termos físicos um longo combate decidido no golden score após oito minutos e ficou na quinta posição.

O cansaço foi mesmo o pior adversário: Telma Monteiro perde bronze em Ulaanbaatar após oito minutos de combate

Também esta sexta-feira no dia 1 do Grand Slam de Ulaanbaatar, Rodrigo Lopes, 31.º do ranking mundial de -60kg, foi eliminado no primeiro combate pelo russo (a competir como atleta neutro) Ramazan Abdulaev (32.º), ao passo que Francisco Mendes, 98.º da hierarquia, cedeu frente ao australiano Joshua Katz (42.º). Já Maria Siderot, 28.ª do ranking mundial de -52kg, começou por vencer Hsu-Wan-Chu Lin, da China Taipé, mas perdeu de seguida frente à húngara Reka Pupp, quinta melhor do mundo. Na mesma categoria, Joana Diogo, 25.ª do ranking, cedeu a abrir com a alemã Mascha Ballhaus (nona do mundo).

À terceira foi mesmo de vez (mas soube a pouco): Catarina Costa conquista medalha de prata no Grand Slam de Tashkent