O karaté, neste caso com Ana Cruz no kata, acabou por ser uma exceção nos dias iniciais dos Jogos Europeus de Cracóvia-Malopolska face ao habitual (e normal) domínio de outras modalidades com mais atletas e maior tradição nacional nas grandes competições como a canoagem e o atletismo mas nem por isso a representação portuguesa ficou circunscrita a essas bandeiras. Longe disso. E as primeiras boas notícias em desportos que fazem a estreia na Polónia surgiram do padel, que conquistou a nona medalha do país na competição (sendo que o muay thai já conseguiu este domingo nas eliminatórias garantir pelo menos mais dois pódios).

Após a derrota nas meias-finais, Afonso Fazendeiro e Miguel Oliveira conseguiram inverter a desvantagem no arranque do encontro de atribuição da medalha de bronze mas foram a tempo de dar a volta frente aos italianos Simone Cremona e Marco Cassetta, invertendo um 6-7 inicial num primeiro set que durou mais de uma hora para um 7-5 (em 49 minutos) e um 6-0 (40′) que selou o primeiro pódio nacional na prova.

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No arranque da competição, a dupla nacional começou por vencer os polacos Dominik Bierent e Michal-Krzyszto Brzuszkiewicz por 2-0 (6-1 e 6-0), seguindo-se nova vitória confortável diante dos irlandeses Sean Neave e Sam McKibbin (6-0 e 6-1). Nos quartos, o filme foi outro apesar do triunfo, com Afonso Fazendeiro e Miguel Oliveira, a quinta melhor dupla, a derrotarem os franceses Adrien Maigret e Benjamin Tison, quarta dupla da hierarquia, por 2-0 com duplo 7-6. A única derrota surgiu apenas nas meias-finais contra a melhor dupla em competição, os espanhóis Alonso Rodríguez e Pablo García, por 2-0 (7-5 e 6-3).

“No segundo set acabámos por ser melhores a servir e mais competitivos a responder e o Afonso no final demonstrou muita maturidade, muita vontade, conseguiu ser o timoneiro deste barco e foi o primeiro a acreditar que podíamos dar a volta. O jogo estava muito equilibrado, quem servia tinha vantagem, estava a dominar os jogos de serviço. Sentia que os italianos estavam mais confortáveis no serviço do que nós e, se calhar por isso, conseguiram ganhar mais pontos no tie break, no qual depois de termos recuperado de 3-6 para 6-6 aquela decisão da arbitragem não ajudou, mas faz parte da vida. O desporto é assim, às vezes nem sempre é justo, mas é preciso lutar”, comentou no final Miguel Oliveira, em declarações à agência Lusa.

“No segundo set, depois do que aconteceu, começou a crescer algo em mim que não gosto, mas que às vezes é preciso, uma raivazinha interior, e isso alimentou depois para o lado positivo e levou-nos aos dois a jogar melhor e melhor. Foi um jogo bastante nervoso e tenso. Agora? Agora quero continuar a ganhar por Portugal”, salientou Afonso Fazendeiro, abordando também o ponto protestado no tie break inicial (8-6).