O lucro do Novo Banco subiu 39,9% nos primeiros seis meses do ano, face a igual período de 2022, para 373,2 milhões de euros, anunciou esta sexta-feira a instituição financeira.

O Novo Banco apresenta um resultado líquido de 373,2 milhões de euros (1.º trimestre: 148,4 milhões de euros; 2.º trimestre: 224,8 milhões de euros), demonstrativo da evolução sustentada do negócio e da capacidade de geração de receita e de capital”, refere a entidade em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

No período em análise, primeiro semestre, a margem financeira ascendeu a 524 milhões de euros, mais 95,5% em termos homólogos.

No segundo trimestre, “a margem financeira cresceu 12,7% face ao primeiro trimestre“, adianta o banco.

A evolução positiva da atividade comercial, num ambiente favorável das taxas de juro, repercutiu-se no crescimento de 62,3% do produto bancário comercial”, para 669,4 milhões de euros, adianta o Novo Banco, no documento, referindo que “este desempenho mais que compensou o efeito da inflação e do investimento na melhoria dos processos do banco, que conduziu a um aumento dos custos operativos de 7,8% (6,3% excluindo os itens de natureza excecional)”.

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As provisões para crédito e títulos “apresentam uma ligeira redução face aos valores registados” no primeiro semestre de 2022 (-4,4 milhões de euros).

O produto bancário cresceu 21,2% para 692,4 milhões de euros.

As comissões de serviços a clientes atingiram os 145,4 milhões de euros, o que compara com 144,4 milhões de euros nos primeiros seis meses de 2022 (evolução de 0,7%).

De destacar o contributo do desempenho da receita da Gestão de Meios de Pagamento (+10,5%; +6,4 milhões de euros face ao primeiro semestre de 2022), reflexo de um maior volume de transações, compensando os impactos resultantes das alterações regulatórias nas comissões sobre empréstimos”, adianta o Novo Banco.

O crédito a clientes bruto ascendeu a 25,8 mil milhões de euros no final de junho, um aumento de 0,7% face a dezembro último.

“A originação no semestre foi de 1,8 mil milhões de euros suportada pela evolução positiva da captação de clientes, especialmente no crédito habitação e a empresas”, adianta o banco.

No que diz respeito aos créditos não produtivos (NPL), estes “continuam a apresentar uma tendência favorável, com redução de 8% face a dezembro de 2022 e 2% face a março, reduzindo para 1.269 milhões de euros”, sendo que o “rácio líquido de NPL situou-se em 0,9% (rácio de NPL de 4,4% com rácio de cobertura de 80,0%, superior à média europeia)”, acrescenta o Novo Banco.

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Os recursos totais de clientes aumentaram 2,5% face a dezembro, para 35,7 mil milhões de euros, “com os depósitos de clientes a apresentarem um crescimento de 2,5% no segundo trimestre”.

De acordo com o Novo Banco, “este desempenho reflete-se no crescimento da quota de mercado dos depósitos para 9,6% em maio (dezembro de 2022: 9,3%). O rácio de transformação manteve-se em 82,6%”.

Em junho, acrescenta, “o excedente de liquidez no ECB ascendia a 1,3 mil milhões de euros, mesmo após o reembolso de 3,1 mil milhões de euros do TLTRO III”.

Os outros resultados de exploração totalizaram -5,0 milhões de euros, com a comparação com o período homólogo impactada pelo ganho de 77,1 milhões de euros com a venda de ativos imobiliários, no primeiro semestre de 2022″, aponta a instituição financeira.

Os outros resultados de exploração “incluem a contribuição anual para o Fundo Único de Resolução (15 milhões de euros) e para o Fundo de Resolução Nacional (7,1 milhões de euros), ganhos com a recuperação de crédito e resultados de imóveis”,

No semestre, os custos com pessoal ascenderam a 120,6 milhões de euros, mais 8,7 milhões que no período homólogo, os gastos gerais administrativos somaram 84,7 milhões de euros, mais 7,3 milhões de euros homólogos e as amortizações, de 19,8 milhões de euros, “estão em linha” com o primeiro semestre de 2022.

“O ‘cost to income’ comercial continuou a demonstrar uma tendência positiva, alcançando os 33,6% (primeiro semestre de 2022: 50,6%), Excluindo os itens de natureza excecional, os custos totalizariam 212,5 milhões de euros, representativos de um aumento de 6,3% face ao primeiro semestre de 2022, equivalente a 31,7% excluindo os itens de natureza excecional”, refere o Novo Banco.

O banco contava com 4.132 colaboradores no final de junho e o mesmo número de balcões que em 31 de dezembro 2022 (292 balcões), dos quais mais de 257 a operar com o novo modelo de distribuição e mais de 231 equipados com VTM (Virtual Teller Machine), lê-se no comunicado.

O grupo Novo Banco “registou no primeiro semestre de 2023 um reforço de imparidades e provisões no montante de 56,0 milhões de euros, sendo a sua quase totalidade para crédito a clientes e títulos, apresentando estes dois agregados uma ligeira redução face ao 1S22 (-4,4 milhões de euros)”.

A estratégia da instituição de apoio ao “tecido empresarial nacional pautou-se pelo rigor e disciplina no que respeita à concessão de crédito“, prossegue, adiantando que “este apoio tem sido transversal a todos os setores e a todas as empresas, com um foco especial nas PME exportadoras e nas empresas que incorporam inovação nos seus produtos, serviços ou sistemas produtivos”.

O crédito concedido a empresas representava 55%, crédito habitação 39% e crédito ao consumo e outros 6%.