O Papa Francisco incentivou esta sexta-feira os cerca de 800 mil jovens presentes no Parque Eduardo VII para a celebração da Via-Sacra a pensarem nas suas próprias ansiedades, solidões e misérias para que, através da reconstituição do caminho de Jesus para a cruz, possam encontrar a “esperança de que a alma volte a sorrir”.

“Queridas irmãs e irmãos. Boa tarde! Hoje, vão caminhar com Jesus. Jesus é ‘o caminho’. Vamos caminhar com Jesus”, disse o Papa Francisco na saudação aos jovens, durante um discurso que foi improvisado na sua quase totalidade — com o Papa Francisco a ignorar largamente as folhas em que trazia o texto escrito e a deixar aos jovens uma mensagem muito mais curta do que o inicialmente previsto.

“Olhemos a Jesus, que passa, e caminhemos com ele”, sublinhou Francisco. “O caminho de Jesus é Deus que sai de si mesmo. Escutamo-lo tantas vezes na missa. O Verbo fez-se carne.”

Francisco destacou o lugar da cruz nesta celebração da Via-Sacra, que evoca a paixão de Jesus Cristo e que tem um lugar central na JMJ — é um dos símbolos oferecidos por João Paulo II à juventude católica global —, classificando-a como o “ícone deste caminho”.

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“Quando olhamos a cruz, vemos a beleza de um amor que dá a sua vida por nós”, disse o Papa, antes de citar o padre Primo Mazzolari: “Senhor, pela tua inefável agonia, posso acreditar no amor.”

Voltando-se para os jovens, pediu-lhes uma alma aberta. “Que feias são as almas fechadas, que sorriem para dentro. Não tem sentido. Jesus caminha e espera, com o seu amor, com a sua ternura, dar-nos consolo”, destacou o Papa. “Faço-vos uma pergunta, mas não lhe respondam em voz alta: eu choro, de vez em quando? Há coisas na vida que me fazem chorar? Todos chorámos e choramos.”

Os jovens, diz o Papa, têm de ter a capacidade de “correr o risco de amar”.

“Hoje vamos fazer o caminho com ele. O caminho do seu sofrimento, o caminho das nossas ansiedades, o caminho das nossas solidões”, afirmou o Papa, pedindo aos jovens que fizessem um momento de silêncio e pensassem nas suas próprias ansiedades e solidões — e que “tenham a esperança de que a alma volte a sorrir”.

“Jesus caminha para a cruz para que a nossa alma possa sorrir”, terminou o Papa.