O Festival O Sol da Caparica arranca esta quinta-feira para quatro dias de música lusófona com mais de 80 artistas que atuarão em cinco palcos espalhados pelo Parque Urbano da Costa da Caparica, no concelho de Almada. Mas, a poucos dias do festival, T-Rex, rapper e produtor da linha de Sintra, e a cantora brasileira IZA deixaram de constar no cartaz.

Daniel Benjamim, conhecido como T-Rex, partilhou na sua conta da rede social Instagram a confirmação de que não atuará no dia 18 na Caparica. “É com grande pena que venho informar que o meu concerto, agendado para esta sexta-feira, no Festival do Sol da Caparica, não se irá realizar”, disse em comunicado. Segundo o artista, a organização não terá assegurado “as condições essenciais para a realização” do espetáculo.

Questionado pela Lusa, Zahir Assanali, presidente executivo do Grupo Chiado, que organiza o festival, explicou que “o artista achava que não devia atuar à hora que a produção disse que devia ser”, por “exigência do manager”, e realçou: “Os horários são definidos por nós e não pelos artistas”.

O Observador contactou o artista T-Rex, que não quis prestar declarações sobre o assunto.

Quanto a IZA, a cantora brasileira que se apresentou pela primeira vez em Portugal no ano passado no Rock in Rio, e que estava prevista de atuar no Sol da Caparica a 20 de agosto, “não poderá comparecer no festival por motivos logísticos”, lê-se num comunicado da organização do festival, que prontamente a substituiu por Bateu Matou. Contactada pelo Observador, o Sol da Caparica não esclarece que motivos levaram ao cancelamento da atuação.

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O festival, que vai na 8.ª edição, é promovido pelo Grupo Chiado e pela Câmara Municipal de Almada, e abraça géneros que vão desde o pop ao hip-hop, passando pelo rock e pela música africana.

Regula, Bispo, Ivandro, Chico da Tina, José Cid e Poesia Acústica são alguns dos nomes a atuar no evento que decorre até domingo e é classificado pela presidente da Câmara Municipal de Almada como um “grande momento de comunhão cultural”.

30 mil pessoas no arranque de O Sol da Caparica após três anos de interregno

O presidente executivo do Grupo Chiado, Zahir Assanali, garantiu que o espaço foi melhorado em vários aspetos “para que nada falhe e decorra na perfeição”, prevendo que “este será o melhor de sempre”.

No início de abril, a organização anunciou os primeiros nomes de artistas que vão estar neste festival lusófono, entre os quais Léo Santana, Carolina Deslandes, Nininho Vaz Maia, Matias Damásio e Paulo Gonzo, Badoxa, João Pedro Pais, Valete, seguindo-se novos anúncios com a confirmação de Regula, Bispo, Ivandro, Chico da Tina, José Cid e Poesia Acústica.

Segundo a organização, o primeiro dia de festival promete uma mistura de novidades com a estreia de Sippinpurpp, no palco Kavi Music, e, no palco Dom Tápparo, Poesia Acústica, um movimento artístico que remete para as batalhas de rimas dos anos de 1990.

O Palco Dom Tápparo promete ser o centro de atrações e, entre as várias performances do primeiro dia, destacam-se as de Carolina Deslandes, Dillaz e Léo Santana, o cantor de “Zona de Perigo”. Outro nome anunciado para o primeiro dia, no palco Red Tazz, é a carioca Treyce.

No segundo dia, no Palco Dom Tápparo, atuará Bispo, que acaba de apresentar dois temas no seu regresso aos lançamentos, “Pontos Finais” e “Planeta”, José Cid, com mais de 60 anos de carreira, Wet Bad Gang, Julinho Ksd, Valete e MC Pedrinho.

No sábado, o cartaz do palco Dom Tápparo terá como artistas Nininho Vaz Maia, a fadista portuguesa Mariza, João Pedro Pais, Deejay Telio e Chico da Tina.

No último dia de festival, apresentam-se Matias Damásio, Ivandro, Regula, Lon3r Johny, Bateu Matou e Excesso, que depois de 20 anos ausente dos palcos estão de volta às lides musicais. No palco Red Tazz, atuará Rita Laranjeira e a dupla de artistas e produtores cabo-verdianos Supa Squad. Plutonio, Vitor Kley, Ena Pá 2000, Rita Rocha, Pedro Mafama, Danni Gato, Van Zee, Xtinto e Josslyn e Jüra vão também passar pelos palcos do festival.

Em declarações à agência Lusa, Wet Bed Gang, que participam pela terceira vez neste festival, explicaram que têm uma boa expectativa para o evento que decorre num espaço onde o público tem “uma vibe mais solta”.

Já para Jüra esta será a sua estreia enquanto artista num festival que conhecia apenas como espectadora. “Quero muito dar tudo o que temos. Preparámos um alinhamento especial para o festival, mais dançável, para celebrarmos a vida”, disse.

Os bilhetes para O Sol da Caparica têm um custo diário que varia entre os 20 euros, para maiores de 65 anos, e os 26 euros. Para os habitantes do concelho de Almada, o custo diário será de 22 euros.

O Sol da Caparica. Organização do festival garante que problemas anteriores estão “totalmente ultrapassados”

Mesma organização cancelou festival a dias de acontecer

Também organizado pelo Grupo Chiado, a primeira edição do Oeiras Music Fest, que se deveria realizar a 15 e 16 de agosto, no Estádio Municipal de Oeiras, foi cancelada na última semana.

“Não é a notícia que desejávamos dar, mas há questões que não podemos contornar. Acima de tudo temos de garantir a qualidade máxima na realização dos nossos eventos. Gostaríamos de expressar as nossas mais sinceras desculpas pelos inconvenientes causados e agradecer aos fãs, artistas, patrocinadores e a todas as equipas envolvidas na organização pela dedicação demonstrada nos últimos meses”, lê-se nas redes sociais do festival.

O Grupo Chiado justifica o adiamento “devido a circunstâncias imprevistas e desafiadoras que incluem questões logísticas, alheias à vontade da organização do evento, e que inviabilizam a realização do festival neste momento”. O grupo garante que o festival acontecerá em 2024, em datas “brevemente anunciadas”.

O Observador contactou o Grupo Chiado para perceber o que motivou exatamente o cancelamento desta edição do festival, mas a responsável pela comunicação da promotora, Sandra Godinho, insistiu na terminologia usada no comunicado: “questões logísticas”.

Já a Câmara Municipal de Oeiras, que consta no cartaz do evento como parte da organização e produção, nega esse estatuto. “A Câmara Municipal de Oeiras não é organizadora nem produtora do Oeiras Music Fest. Todas as questões relativas ao seu cancelamento devem, por isso, ser dirigidas à organização do evento”, atestam numa resposta por e-mail.

Notícia atualizada dia 17 de agosto, às 17h50, para incluir os cancelamentos dos concertos dos artistas e o adiamento do festival Oeiras Music Fest.