Não faltam condutores que veriam com bons olhos a possibilidade de se voltar a deslocar no dia-a-dia no mesmo modelo que os serviu nos anos da infância, por ser o carro do pai ou da mãe. Isto pode sair caro, se a família em causa tinha um Rolls-Royce ou um Jaguar E-Type, mas torna-se substancialmente mais acessível se o veículo for um dos primeiros modelos da Mini, aqueles com motor de 850 cc, introduzidos no mercado a partir de 1959. Mas estas mecânicas simples, com a caixa instalada dentro de cárter do motor, não eram propriamente um exemplo de robustez e, passados 70 anos, continuam parcas em potência (originalmente debitavam apenas 35 cv), mas passaram a exigir grandes reparações e muita manutenção para continuarem funcionais. Para minimizar o problema, a Mini criou uma forma simples de electrificar o popular clássico.

Neste caso, o trabalho de troca de mecânicas foi executado pela Mini Austrália, em parceria com a Fellten Austrália, mas existem empresas em Portugal, não ligadas ao construtor, capazes de fazer este mesmo serviço com um nível de eficiência similar, uma vez que já realizam este tipo de adaptação em modelos de várias marcas. Esta conversão de veículos clássicos, com motores de combustão, em modelos eléctricos é hoje uma prática vulgar, que se encontra presente dos pequenos Tuk-Tuk a automóveis de maiores dimensões.

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A Mini começou por retirar o conjunto motor de quatro cilindros/caixa de velocidades, depósito de combustível e todas as tubagens e cablagem que iriam deixar de ser utilizados. No Mini entra um motor eléctrico com 72 kW, aproximadamente 98 cv, bem como a bateria que o alimenta, com apenas 19 kWh, a que é forçoso juntar o sistema de gestão de energia (BMS), o carregador a bordo (capaz de aceitar até 6,6 kW de potência em AC), com a Fellten a adoptar um sistema de travagem regenerativa para recarregar o acumulador, entre outros pormenores.

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O resultado final é um Mini eléctrico com o mesmo peso do modelo original, mas que agora, com o incremento de potência, consegue ir de 0-100 km/h em apenas 8 segundos, substancialmente melhor do que o valor garantido pelo motor 850 cc, ou até mesmo pelo 1000 cc. A autonomia ronda 175 km, sendo razoável para uma utilização citadina e semi-urbana, com a vantagem de manter o peso total próximo dos 600 kg.

A Fellten, que produziu o kit de transformação para a Mini, explica em baixo como tudo funciona, da direcção aos travões, garantindo que a adaptação é extremamente rápida: