A atribuição de um cheque-livro aos jovens de 18 anos vai implicar a criação de uma plataforma, que torne o processo “seguro e fiável”, cujo concurso público é lançado em setembro, anunciou esta quinta-feira o ministro da Cultura.

Queremos criar um sistema que seja seguro e fiável, do ponto de vista da utilização, mas que seja também simples de utilização, para quem vai utilizar o cheque-livro e para as livrarias. Isso implica criar uma plataforma, para esta experiência, que gostávamos que fosse para emissão, mais à frente de outros cheques”, afirmou esta quinta-feira o ministro Pedro Adão em Silva, em declarações à Lusa e ao Público, em Lisboa, à margem da conferência internacional Book 2.0, organizada pela Associação Portuguesa de Escritores e Livreiros (APEL).

O ministro explicou que “o trabalho que foi feito, em conjunto pela DGLAB [Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas] e pela APEL, de definição do caderno de encargos revelou que tem que ser feito um concurso público para a plataforma, que vai ser lançado agora em setembro”.

Questionado sobre quando começarão os cheques-livro a ser atribuídos, Pedro Adão e Silva respondeu que “não é possível neste momento, antes do lançamento do concurso, determinar qual vai ser o prazo de conclusão do concurso para desenvolvimento da plataforma”.

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Quando estiver isso resolvido, teremos capacidade de falar de uma data exata para que jovens de 18 anos tenham acesso ao cheque”, disse o ministro, acrescentando que o valor do mesmo “será anunciado na devida altura”.

Em 2022, no final do confinamento, a APEL entregou aos ministérios da Cultura e da Educação, à secretaria de Estado do Comércio e Turismo, e à Presidência da República um documento com “três medidas” que considerava importantes para mitigar problemas das famílias no acesso à Cultura e ao livro, e para dinamizar o setor livreiro.

Entre as propostas estava “a criação de um cheque-livro de 100 euros para todos aqueles que façam 18 anos”, além da redução da taxa do IVA de seis para 0%, além do “reforço do investimento nas compras das bibliotecas quer sob a tutela da Cultura quer sob da Educação”.

A proposta foi incluída no Orçamento do Estado para este ano, durante o debate na especialidade.

A Lusa questionou Pedro Adão e Silva sobre a possível inclusão no Orçamento do Estado 2024 da redução da taxa de IVA do livro, que respondeu: “Não me parece que essa seja a medida fundamental“.