O Montepio vendeu a totalidade das ações do Banco de Empresas Montepio à empresa Rauva, anunciou em conferência de imprensa o seu presidente executivo.

O Banco de Empresas Montepio foi criado em 2019 quando Carlos Tavares liderada a instituições. Entretanto tem vindo a ser integrado — ativos, passivos e trabalhadores — na casa-mãe. O que significa que a Rauva ficará com as ações e com a licença bancária.

Pedro Leitão não divulgou o valor exato da venda do Banco de Empresas Montepio, até porque ainda não está completamente fechado, e disse que será conhecido oportunamente, referindo apenas que “o valor de venda terá como referência um múltiplo de entre 1,15 vezes a 1,18 vezes os capitais próprios do BEM à data da conclusão da operação”, que estão estimados em 30 milhões de euros.

“Adquirir uma entidade que tem capacidade de operar num determinado mercado tem valor”, argumenta o gestor.

Quanto à integração na casa-mãe da atividade e trabalhadores do Banco de Empresas Montepio, Pedro Leitão afirmou que “o processo está em curso desde 2 janeiro” e disse esperar completar a integração ainda este ano.

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“O nosso objetivo é preservar e potenciar o modelo de negócio do Banco Montepio. O Banco de Empresas e o banco de investimento juntos como proposta de valor provou ser um bom negócio, para nós o objetivo é capturar todo esse valor e as pessoas que executam essas áreas de negócio são transferidas para o Banco Montepio”, disse. Com esta operação, Pedro Leitão disse que o Montepio “dá mais um passo importante num plano de ajustamento” e num dos seus objetivos que é a simplificação do grupo.

A Rauva, segundo caracterizou Jon Faith, é uma ‘fintech’ criada por vários empresários para prestar serviços financeiros a pequenas e médias empresa, explicando que o objetivo é que tenha licença bancária para começar a operar em Portugal e eventualmente expandir para mais mercados europeus.

O acordo de venda foi formalizado esta sexta-feira, 9 de setembro, com a assinatura de um contrato de compra e venda de ações, que ainda está sujeito às autorizações das autoridades para então ser completado o negócio, esperando-se que ainda demore uns meses a estar concretizado.

O Banco Montepio teve prejuízos de 48,3 milhões de euros no primeiro semestre (lucros de 23,3 milhões de euros no período homólogo de 2022), um resultado negativo que o banco justifica com a venda da participação de 51% no Finibanco Angola (devido a reciclagem da reserva de cambial). Já o resultado líquido recorrente (sem esse impacto) foi positivo em 67,8 milhões de euros.