Nietzsche acreditava que todos os pensamentos verdadeiramente importantes surgiam durante uma caminhada. O movimento associado à criatividade está entranhado na humanidade e, não por acaso, André Mendes atendeu-nos o telefone em Leça da Palmeira, à beira mar, perguntando-nos, “importas-te que conduza enquanto falamos? O movimento ajuda-me a pensar”.

Por esta altura faltava uma semana para a nona edição do Amplifest, que acontece nos dias 23 e 24 de setembro no Hard Club, no Porto, e André Mendes mostrava-se tão radiante quanto extenuado. “Sou eu a fazer toda a pré-produção e, ao mesmo tempo, tenho outro emprego”. Sem uma marca a patrocinar o festival, que tem público fiel vindo da Costa do Marfim ao Japão, de toda a Europa e também dos Estados Unidos, é quase estoico pôr de pé dois dias de música, conversas e tantas outras descobertas apenas por “amor” à camisola.

“Este é um país completamente diferente dos nórdicos, em que qualquer festival tem apoio governamental. O Amplifest é um evento que já faz parte de uma esfera europeia e que atrai gente de todos os continentes. Já era altura de ser apoiado para evoluir e crescer”, lamenta o diretor do festival, para quem as políticas culturais dos sucessivos governos portugueses têm ficado aquém de uma estratégia de sustentabilidade a longo prazo.

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