O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, sinalizou esta sexta-feira o “empobrecimento generalizado da população” como um dos principais problemas da Madeira e reiterou que o partido vai propor um acréscimo de 10% no salário mínimo para a região autónoma.

Nós temos uma proposta concreta, vamos levá-la à Assembleia da República no próximo dia 13 de outubro, que é o aumento do salário mínimo nacional a 1 de janeiro para 910 euros, para que durante o ano de 2024 chegue aos 1.000 euros, com um acréscimo de 10% na região”, disse, para logo realçar: “O valor por si só não resolve os problemas todos, mas criava condições”.

Paulo Raimundo falava aos jornalistas no Funchal, no final de uma visita de um dia à região autónoma, em que se deslocou às zonas altas da cidade, contactou com os trabalhadores do ambiente e salubridade da Câmara Municipal, na Estação dos Viveiros, e reuniu-se com a Rede de Cuidados Paliativos e com a Unidade de Internamento no Hospital João de Almada.

Há um problema de dimensão nacional, mas que tem uma particularidade muito grande aqui na região, que é toda a dimensão da pobreza, da desigualdade e da injustiça”, afirmou Raimundo, para quem o “empobrecimento generalizado da população” contrasta com a “riqueza concentrada nas mãos de cada vez menos gente”.

O líder comunista apontou também como problema premente o acesso à habitação, sua manutenção e as condições de habitabilidade.

Não somos demagógicos, não vamos resolver tudo de um dia para o outro, mas é preciso abrir caminhos”, disse, reforçando ser necessário “responder ao aumento dos salários, responder ao aumento das pensões, travar a especulação imobiliária e, em particular, a pôr os bancos a pagar o aumento das taxas de juro”.

Esta foi a primeira visita do secretário-geral do PCP à Madeira, onde a estrutura regional do partido é coordenada por Edgar Silva, depois das eleições de 24 de setembro, nas quais a CDU (PCP/PEV) obteve 3.677 votos (2,79%), garantindo a manutenção de um deputado na Assembleia Legislativa.

A coligação PSD/CDS-PP venceu o ato eleitoral, mas falhou por um deputado a maioria absoluta, para a qual é necessário ter 24 dos 47 lugares do parlamento do arquipélago, situação que conduziu à assinatura de um acordo de incidência parlamentar com o PAN, que elegeu um deputado, viabilizando assim o terceiro executivo liderado pelo social-democrata Miguel Albuquerque.

Nas eleições de 24 de setembro, elegeram também deputados o PS (11), o JPP (cinco), o Chega (quatro), o BE (um) e a IL (um).

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