Os Estados-membros da União Europeia (UE) têm de aumentar massivamente a capacidade de produção de eletricidade a partir de fontes renováveis e fornecer recursos de flexibilidade adequada para não depender das alterações climáticas, segundo um relatório esta sexta-feira publicado.

O relatório — da Agência Europeia do Ambiente (AEA) e da Agência de Cooperação dos Reguladores de Energia (ACER, na sigla inglesa) — destaca que, para serem cumpridas as metas de descarbonização fixadas pela UE, os 27 terão de investir na capacidade de produzir energia elétrica a partir de fontes renováveis.

Para além disto, recomendam, “para gerir a produção dependente das condições meteorológicas, o sistema energético deve fornecer recursos de flexibilidade adequados em escala, tanto do lado da procura como da oferta”.

O relatório conjunto de duas agências da UE recomenda aos Estados-membros “sinergias de colaboração para desbloquear a flexibilidade e reforçar a segurança energética, contribuindo simultaneamente para a neutralidade climática a longo prazo”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A geração de energia a partir de fontes renováveis, salientam a AEA e a ACER, “tem de duplicar até 2023”, de modo a cumprir as metas fixadas para o bloco: reduzir as emissões de gases com efeito de estufa pelo menos em 55% até 2030 e atingir a neutralidade carbónica até 2050 e produzir 42,5% da eletricidade a partir de renováveis até 2030.

A aposta nas fontes renováveis tornou-se ainda mais importante, refere ainda o relatório, na sequência da invasão russa da Ucrânia, que levou a embargos à importação de combustíveis fósseis produzidos na Rússia.

Para as agências da UE, “o sistema elétrico interconectado da Europa também faz parte da solução, permitindo que a flexibilidade – e as energias renováveis – sejam adquiridas além-fronteiras”.

As principais alavancas para avançar nas fontes de eletricidade renováveis incluem “um melhor planeamento e previsão, uma maior utilização das interligações, bem como incentivos financeiros e informações fiáveis para que os consumidores de eletricidade possam adaptar a procura quando necessário”.

A flexibilidade é definida como a capacidade do sistema elétrico de se ajustar às flutuações da produção e do consumo de energia.

Atualmente, segundo as duas agências, as centrais de gás proporcionam grande parte da flexibilidade, mas, com a transição para as energias limpas, são necessários outros tipos de recursos, tanto do lado da procura como do lado da oferta.