Esteve uma década à frente da saudosa (Old) Celine, desde 2017 que os fiéis seguidores choram a sua ausência, e em 2021 voltaram a encher-se de ânimo com a notícia de que tencionava lançar uma marca em nome próprio. Atirada para o rescaldo do verão e das semanas da Moda, a longa espera chegou ao fim — e o melhor é correr antes que tudo voe do site de Phoebe Philo.

Depois de julho, e da possibilidade de subscrever uma newsletter para estar a par do dia Phoebe, eis que o plano, segundo a The Cut, é lançar duas coleções por ano, organizadas em três drops, neste caso A1, A2 and, A3 — lançados a partir desta segunda-feira e até meados de dezembro.

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Limitado será também o número de quantidades disponíveis, não só para reduzir o impacto ambiental, mas de igual forma, sublinha o Finantial Times, para alimentar o hype em torno de todos os “philómanos”, sedentos de roupa e acessórios com a etiqueta com o seu nome (que se encontra discretamente disposta no interior das peças, livres de monograma à vista). Mais: cada cliente terá um teto de compras, para evitar que as peças sejam revendidas no mercado secundário — sendo que as vendas estão disponíveis apenas no Reino Unido, Europa continental, e EUA, ficando o público asiático de fora desta equação.

De resto, o luxo cool promete continuar a guiar esta montra depurada, sem grandes alaridos e logomanias, fiel à estética, e à paleta de tons, que a tornou famosa. A coleção de estreia foi apresentada aos media de forma individual no estúdio da marca, no oeste de Londres, de forma tão sigilosa que vetou até a captação de imagens por parte do grupo de jornalistas que teve acesso restrito ao local, e às novidades em primeira mão. “As pessoas vão perder a cabeça”, anteviu Cathy Horyn, a crítica do The Cut, quando espreitou os charriots. Para os mais auspiciosos, nada será como dantes, para outros, ainda a digerir as novidades (e os preços), de certa forma retoma-se o fio à meada a partir do lugar deixado por Philo, que entre 2001 e 2006 assumiu o leme criativo de Chloé, e que encetou a carreira em 1997, como assistente da amiga Stella McCartney. Bom, e isso não é necessariamente mau, se considerar que a estética está ainda mais limada e crua e o desperdício é zero.

Para este guarda-roupa, qual cápsula urbana em tamanho generoso, conte com malhas multi pré-lavadas, trench coats fluídos, calças cargo, cigarrette ou pata de elefante, vestidos de cetim assimétricos mais reveladores do que o previsto, ou mesmo bodysuits para guerreiras citadinas que sabem ao que vão. Não faltam inesperadas leggings, zippers na pernas, bombers oversized, casacos aviador, e outros casacos bem mais couture (para usar sempre que sim. Fomos só nós que nos lembrámos do Poupas?), e, claro, acessórios como os óculos, sapatos com biqueira quadrada, e carteiras que tornaram anteriores criações da designer material desejável (e com cotação nos píncaros). Em suma, aquele power dressing com a devida dose de subversão — e diversão — para os mais ousados.

© Phoebe Philo

É com o apoio do grupo LVMH, numa participação minoritária, que a britânica de 50 anos se lança nesta aventura que conta ainda com peças mais exclusivas e que, segundo o Times, são mais apropriadas a um recanto de museu que ao cenário de um escritório. Os valores situam-se entre os 490 euros (por um anel ou óculos escuros) e os 13 mil, por um casaco. Em podendo, é agarrar (se ainda houver).