A Câmara do Porto acusou, esta segunda-feira, a Metro de resvalar para 2025 as obras da linha Rosa, que ligará São Bento à Casa da Música e cuja conclusão estava prevista para o final do próximo ano.

Numa informação partilhada durante a reunião do executivo, a maioria independente liderada por Rui Moreira adianta, relativamente às obras da linha Rosa, que a construção da nova estação da Praça da Liberdade, cuja conclusão estava prevista para dezembro de 2024, “está com um atraso de quatro meses, com conclusão prevista para abril de 2025”. “A população sente-se enganada pelos prazos que lhe vão sendo comunicados e que nunca são cumpridos”, refere.

Segundo a maioria, a segunda e última fase da obra da linha Rosa, que ligará São Bento à Casa da Música, só deverá começar em fevereiro de 2024, “com uma estimativa de duração de aproximadamente três meses, pelo que resulta num atraso de um ano e nove meses”.

Na informação é também indicado que a nova estação do hospital de Santo António, no jardim do Carregal, projeto que deveria estar concluído até 31 de dezembro, “tem 92 dias de atraso”, e que a frente de obra da Galiza está atualmente “com 244 dias de atraso”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Inicialmente, a previsão de conclusão [da obra da Galiza] era 31 de março de 2024, porém, está programada para terminar a 30 de novembro de 2024”, refere.

Segundo a câmara, a construção do poço de emergência e ventilação da Praça de Parada Leitão está 92 dias de atraso, e do poço de emergência e ventilação do Bom Sucesso com 190 dias. “O impacto na vida das pessoas e na economia da cidade assume hoje proporções verdadeiramente intoleráveis”, acrescenta.

Já quanto ao metrobus, que ligará a Casa da Música e a Praça do Império, a câmara afirma que a obra está atrasada em quatro meses, “o que até vai coincidir com a chegada dos veículos”. “Deve ser um mero milagre”, ironiza, apontando falhas ao nível da sinalização, segurança, mas também de cumprimento dos prazos.

Contactada pela Lusa, a Metro do Porto não quis fazer qualquer comentário.

O executivo da Câmara do Porto aprovou esta segunda-feira, por maioria, informar o Governo e a Metro do Porto de que não poderá haver nova empreitada na cidade se não forem resolvidos os constrangimentos nas atuais frentes de obra.

O executivo concordou também em pedir ao Governo uma avaliação do estado das obras em curso e uma auditoria à fiscalização e alterações de projeto, bem como às medidas de segurança implementadas nas várias frentes de obra.

Num ofício enviado em novembro de 2022 ao presidente do Conselho de Administração da Metro do Porto, Rui Moreira já tinha manifestado a sua preocupação com “o impacto profundamente negativo gerado pela empreitada da nova linha do metro” que, defendeu à época, apresentava “excessivos atrasos” em “praticamente todas as frentes”.

Na sequência do ofício, o presidente da Metro, Tiago Braga, garantiu que a empresa hierarquizava os atrasos que sucedem nas obras em função das diferentes zonas de empreitada.

Posteriormente, em resposta à carta de Rui Moreira, Tiago Braga garantiu que a empresa tinha formalizado, em maio de 2022, uma aceleração da empreitada da linha Rosa, mostrando-se também disponível para reunir periodicamente com o autarca independente.

Dias mais tarde, Rui Moreira dizia esperar que não existissem mais derrapagens no cronograma das obras da linha Rosa, salientando que a Metro “foi sensível” às preocupações do município.