Foi acompanhado por quatro pessoas mascaradas com cabeças de unicórnio que Carlos Moedas entrou, esta terça-feira, no espaço da Fábrica dos Unicórnios de Lisboa na Web Summit, para assinalar o primeiro ano do lançamento daquele que é um sonho pessoal do autarca, que tem como principal objetivo a expansão do ecossistema empreendedor através do apoio a empresas emergentes.

O presidente da Câmara de Lisboa já disse várias vezes que a sua ideia de criar uma fábrica não só para apoiar unicórnios (empresas que valem mais de mil milhões de dólares), como também para startups, não recebeu a crença de todos. “Ninguém acreditava em nós, ninguém acreditava que conseguiríamos”, repetiu, num dia em que se soube que a Fábrica dos Unicórnios já apoiou mais de 200 startups e scaleups.

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“O que vocês veem aqui não é nada menos que empresas que vieram para a nossa cidade e investiram na nossa cidade, no nosso futuro e anunciaram a criação de 10 mil empregos. Não fui eu, não foi o município, foram vocês que criaram 10 mil empregos”, afirmou o autarca, que se dirigia a fundadores de empresas presentes no local.

Vivemos num mundo que às vezes é perigoso, de guerra. Precisamos de pessoas que venham” para Lisboa e que estejam “abertas a um mundo em que todos somos diferentes, temos ideias diferentes, visões diferentes, mas é isso que cria a inovação”, continuou, antes de finalizar o seu discurso com um “bem-vindos à cidade dos unicórnios, à capital dos unicórnios”.

Quando começou, a Fábrica dos Unicórnios apoiava 70 startups e scaleups, número que subiu para 206. O apoio do projeto a startups tem quatro eixos distintos, sendo que um deles, a “incubação”, conta com o programa Scaling Up que foi descrito por Gil Azevedo, diretor executivo da Startup Lisboa e da Fábrica dos Unicórnios, como o “mais ambicioso que temos visto por toda a Europa”.

Ao longo deste ano, esse programa, que até ao momento contou com um total de três edições — tendo recentemente integrado mais oito empresas —, recebeu mais de 100 candidaturas e “juntou fundadores de scaleups a empresas corporativas em mais de 200 horas de mentoria e formação e dezenas de eventos”. No total, o programa agrega 24 empresas que já receberam mais de 150 milhões de euros de investimento.

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Se o primeiro ano fica marcado pela “afirmação do projeto Fábrica dos Unicórnios de Lisboa como motor de desenvolvimento da cidade”, o próximo terá como objetivo criar polos de inovação onde a capital portuguesa possa “competir com os grandes centros tecnológicos a nível internacional”, disse Gil Azevedo. No fundo, o desafio para o futuro é tornar a fábrica a “principal plataformas de programas e hubs com relevância a nível europeu para ser entendida como iniciativa de abrangência internacional, de Lisboa para o mundo”.

Na cerimónia de abertura da Web Summit, Carlos Moedas afirmou que, além da Fábrica dos Unicórnios, conta agora com um “novo sonho”: que Lisboa se torne um “porto seguro de inovação”. Menos de 24 horas depois e com o cancelamento de uma conferência de imprensa pelo meio, não existiu qualquer menção a este que poderá, eventualmente, ser o projeto que se segue para o presidente da Câmara de Lisboa.

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