A redação do Jornal de Notícias (JN), reunida em plenário esta quinta-feira, no Porto, decidiu manter o pré-aviso de greve para 6 e 7 de dezembro, revelaram à Lusa as delegadas sindicais.
Os trabalhadores do jornal diário justificam a decisão “em face da falta de resposta da administração ao pedido de esclarecimento sobre a intenção de despedimento coletivo no Global Media Group (GMG) enviado em 24 de novembro”, lê-se na informação enviada à Lusa.
Na reunião foram também aprovadas “medidas de amplificação da causa do JN junto da opinião pública”.
No primeiro plenário, que decorrer em 24 de novembro, os trabalhadores do JN decidiram, além da realização de uma greve de dois dias, solicitar à administração do GMG “o cabal esclarecimento” sobre o possível despedimento de 150 pessoas.
A redação do JN repudiou ainda as declarações da administração do GMG à comunicação social no dia 23 de novembro, em que negou aquela intenção, considerado “um ato de desrespeito pela redação na pessoa dos seus representantes eleitos”.
O novo presidente do Conselho de Administração do GMG, José Paulo Fafe, referiu no dia anterior ao jornal Eco que “não há decisão nenhuma”.
“Há a necessidade de conter despesas, de aumentar receitas e de racionar os custos. Há várias medidas que podem ser implementadas, estamos a estudá-las”, salientou José Paulo Fafe.
Trabalhadores do Jornal de Notícias criam petição contra despedimento coletivo
No primeiro plenário foi ainda decidido ponderar “acionar os meios legais e judiciais ao dispor na defesa dos direitos dos trabalhadores”, tendo sido sublinhada “a força e a importância do título-âncora do GMG, o Jornal de Notícias”.
Ao início da tarde desta quinta-feira, a redação do JN criou uma petição contra o despedimento coletivo anunciado, alertando que será “a morte” daquele diário e que terá consequências para região Norte, que contava já com 3.445 assinaturas às 2026.
Na petição, intitulada “Somos JN – Em defesa do Jornal de Notícias, do jornalismo e das pessoas”, é explicado que a Global Media Group (GMG), que detém o JN, anunciou a intenção de proceder ao despedimento de cerca de 150 pessoas, das quais 40 pertencem àquele titulo diário, que entre a sede no Porto e a delegação de Lisboa tem cerca de 90 profissionais.