O reitor da Universidade do Algarve (UAlg) apontou, esta quinta-feira, o preço elevado do alojamento na cidade de Faro como o principal “travão” à captação de estudantes, considerando que constitui uma barreira para a frequência do ensino superior.

De acordo com um comunicado da UAlg, a posição do reitor da UAlg, Paulo Águas, foi manifestada durante a cerimónia que assinalou o 44.º aniversário da instituição, realizada na quarta-feira, no Campus de Gambelas, em Faro.

Segundo o reitor, citado na nota, o investimento feito para aumentar a oferta de alojamento social em mais de 50% “não será suficiente para fazer baixar de forma substancial a principal barreira” que os estudantes deslocados enfrentam para frequentar o ensino superior.

Dados divulgados pelo Observatório do Alojamento Estudantil, e citados pela UAlg, referem que o preço médio por quarto em Portugal aumentou 25,7% entre setembro de 2021 e setembro de 2023, de 268 euros para 337. Em Faro, no mesmo período, o preço médio por quarto aumentou 40%, de 250 para 350 euros.

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Paulo Águas referiu que, este ano, a academia algarvia melhorou as condições de alojamento para os estudantes deslocados, “em particular para os bolseiros“, através de programas financiados pelo Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), prevendo um aumento da oferta em 2024.

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“Em 2023 foi possível proceder à renovação de três residências, totalizando 237 camas, representando um investimento de 4,4 milhões de euros, sendo que, à data, o financiamento assegurado ainda não ultrapassa os 2,4 milhões de euros”, notou.

Em 2024, adiantou, pretende-se “proceder à renovação de mais 195 camas e iniciar a construção de duas novas residências que acrescentarão mais 287 camas às 550 existentes”.

Para combater o preço elevado do alojamento para os estudantes, o reitor defende um maior contributo e envolvimento das autarquias de forma a “aumentar a oferta a preços moderados”.

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“Se é certo que o ensino superior é uma responsabilidade do poder central, é indiscutível o seu impacto nas localidades onde as instituições desenvolvem a sua atividade”, apontou.

Paulo Águas conclui que “é cada vez maior o número de municípios, começando pelo de Lisboa, que têm vindo a contribuir diretamente para o aumento da oferta de alojamento para estudantes a preços moderados”.