Combatentes de minorias étnicas que se opõem à junta no poder em Myanmar anunciaram este sábado ter tomado a cidade de Namhsan, no norte do país, dias depois da China anunciar um cessar fogo obtido graças à sua mediação.

Os combates têm ocorrido perto da fronteira sino-birmanesa desde que, no final de outubro, o Exército de Arakan, o Exército da Aliança Democrática nacional de Myanmar (antiga Birmânia) e o Exército de Libertação nacional Ta´ang, lançaram uma ofensiva comum contra o poder militar central.

A tomada de posições militares e de pontos fronteiriços vitais para o comércio com a China, por esta aliança, constitui, segundo analistas, o maior desafio militar colocado à junta desde que tomou o poder, em 2021, e derrubou o governo democraticamente eleito de Aung San Suu Kyi.

Na quinta-feira, Pequim anunciou um cessar fogo entre a aliança de três grupos e o Exército de Myanmar.

A tomada de Namhsan foi anunciada na sexta-feira, após o lançamento de um ataque na região há mais de duas semanas.

Um porta-voz do Exército de Myanmar, o general Zaw Min Tun, declarou à televisão do Estado MRTV que os combates prosseguem ao redor de Namhsan.

No total, a aliança de três grupos étnicos afirma ter tomado 422 bases e sete cidades ao Exército de Myanmar, desde 27 de outubro.

A ofensiva galvanizou outros opositores à junta e os confrontos sucedem-se igualmente no este e oeste do país.

Mais de meio milhão de pessoas foram obrigadas a fugir, de acordo com as Nações Unidas.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR