Com o Natal tão próximo, era inevitável o FC Porto não entrar em campo já com uma rabanada na mão, mas não podia falar de boca cheia, porque a eliminação da Taça da Liga estava consumada. Além disso, os dragões são aquela pessoa que, independentemente de quem lhe calhe na rifa, vai sempre oferecer chocolate e foi ao Leixões que calhou a fava. O que os azuis e brancos não contavam era com a recusa da equipa de Matosinhos.

Sérgio Conceição resolveu também por sua própria conta promover o ambiente familiar e lançou Francisco Conceição no onze inicial dos dragões. Acontece que do outro lado, o treinador do Leixões, Pedro Ribeiro, lançou Moisés Conceição, irmão de Francisco e filho de Sérgio. No Estádio do Dragão estavam reunidos 43% dos membros da família Conceição para quem se percebe que o dia 23 de dezembro também é dia de festa. De resto, era esperar que o facto de Sérgio ter, neste dia, claramente um filho preferido não estragasse o ambiente nas celebrações vindouras.

O jogo também não estava para chatices. Também o Leixões, que esta semana foi notificado por incumprimento salarial, entrava para a terceira jornada da fase de grupos eliminado e com o conhecimento prévio de que seria o Estoril a ficar no primeiro lugar do grupo D e a seguir para a Final Four. Por isso, Sérgio Conceição manteve no onze dos dragões apenas dois jogadores em relação à equipa titular que apresentou no clássico com o Sporting para o campeonato. Só João Mário e Zé Pedro é que sobreviveram. Fora dos convocados ficou David Carmo, central que foi esta semana despromovido à equipa B devido a um caso de indisciplina.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Ficha de Jogo

Mostrar Esconder

FC Porto-Leixões, 2-1

3.ª jornada da fase de grupos da Taça da Liga

Estádio do Dragão, no Porto

Árbitro: José Bessa (AF Porto)

FC Porto: Cláudio Ramos, João Mário (Taremi, 67′), Fábio Cardoso, Zé Pedro, João Mendes (Wendell, 60′), Marko Grujic (Galeno, 60′), André Franco, Romário Baró (Evanilson, 60′), Francisco Conceição, Iván Jaime e Namaso (Pepê, 79′)

Suplentes não utilizados: Diogo Costa, Jorge Sánchez, Alan Varela e Bernardo Folha

Treinador: Sérgio Conceição

Leixões: Stefanovic, João Amorim, Léo Bolgado, Rafael Vieira, Danrlei, Rafa  Freitas (90+3′), Wakaso, Fabinho (Zag, 45′), Moisés Conceição (Renato Soares, 79′), Adriano Amorim (Ricardo Teixeira, 64′) e Paulité (Agostinho, 79′)

Suplentes não utilizados: Ricardo Moura, Fábio Baptista, Moshood e Bright

Treinador: Pedro Ribeiro

Golos: Francisco Conceição (7′), Fabinho (14′) e Taremi (85′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Fabinho (18′), Adriano Amorim (22′), Grujic (23′), Wakaso (24′ e 41′), Romário Baró (34′), Rafa Freitas, (69′), Ricardo Teixeira (76′) e Léo Bolgado (83′); cartão vermelho a Wakaso (41′)

Francisco Conceição, como que sentindo a pressão de corresponder às expectativas, inaugurou o marcador (7′) ao aparecer sorrateiramente na ressaca de um canto. A resposta do Leixões demorou pouco. Adriano Amorim foi derrubado por Grujic dentro da área e o árbitro do encontro assinalou grande penalidade. Fabinho (14′) foi feliz na conversão do penálti à Panenka. Apesar do FC Porto ter anunciado lotação esgotada, faltavam preencher muitas cadeiras no Dragão. Esses lugares vazios viram o jogo desenvolver-se com muitas faltas e amarelos em igual proporção. Wakaso acabou por ser expulso por acumulação de cartões.

Ao 16.º classificado da Segunda Liga restava pouco mais do que tentar adiar o golo do FC Porto, sabendo-se quais são as dificuldades de jogar com menos um no Dragão. Em cima dos 60 minutos, Sérgio Conceição juntou Evanilson, Taremi e Namaso na frente e acrescentou a velocidade de Galeno para tentar vencer o jogo. João Mário, a atuar bastante adiantado, foi o elemento que mais vezes tentou finalizar na segunda parte, mas invariavelmente sem sucesso. Por isso, restava esperar que as substituições descessem pela garganta, se diluíssem e tivessem um efeito rápido. 

Francisco Conceição, nas diagonais da direita para o meio, e Taremi, de cabeça, ameaçaram o golo, mas, ou a bola passava ao lado, ou o guarda-redes do Leixões, Stefanovic, defendia. O Dragão não parecia importar-se muito com o resultado. O mesmo não se pode dizer de Sérgio que ainda lançou Pepê. Já com o brasileiro em campo, Evanilson foi derrubado na grande área por Léo Bolgado. O penálti ficou à responsabilidade de Taremi (85′), que não falhou.

Em período de compensação, Francisco Conceição teve a oportunidade de concretizar um lance de contra-ataque, mas não foi eficaz. Nessa altura, Moisés já tinha sido substituído. No final, ambos trocaram de camisola. Não estava previsto que o FC Porto passasse por tantas dificuldades, porém os azuis e brancos acabaram por vencer (2-1) muito graças aos habituais titulares que precisaram de pouco tempo para mostrarem como se faz.