Até este sábado, na Taça da Liga, o Sp. Braga tinha duas finais vencidas e duas finais perdidas. Com a vitória frente ao Estoril, carimbada nas grandes penalidades, os minhotos deram a volta ao registo e conquistaram a competição pela terceira vez, juntando a edição de 2024 às de 2013 e 2020.

No jogo da sorte e do azar, venceu quem se lembrou sempre de que as finais são para ganhar (a crónica da final da Taça da Liga)

A equipa de Artur Jorge voltou a ganhar um troféu três anos depois — o último tinha sido a Taça de Portugal, em 2021 — e António Salvador conquistou o quinto título em 12 finais disputadas. Ao todo, o presidente do Sp. Braga leva agora três Taças da Liga e duas Taças de Portugal, sendo que pelo meio foi finalista da Liga Europa, de duas Supertaças Cândido de Oliveira e de outras duas Taças de Portugal e Taças da Liga. Até 2003, ano em que chegou à liderança do clube, os minhotos tinham apenas seis finais disputadas em toda a sua história.

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Depois da final, António Salvador lembrou que o clube “trabalha diariamente para dar estas alegrias aos adeptos”. “Para conquistar os títulos. O objetivo desde clube, desde há alguns anos para cá, é ganhar títulos. É uma prova que nos diz muito, é a terceira que conquistamos. Alguns desvalorizam esta prova, mas quando a disputam todos a querem ganhar. Hoje foi a prova de que outras equipas podem estar na final, além dos ditos ‘grandes’, e podem dar um grande espetáculo, como aconteceu hoje. Foi um jogo muito bem disputado. A sorte sorriu-nos nos penáltis. Parabéns aos jogadores e aos adeptos. Vivo sempre com intensidade e paixão, sempre acreditei que podíamos ganhar este título”, começou por dizer.

Mais à frente, o presidente do Sp. Braga garantiu que o clube trabalha para ser campeão nacional. “Trabalhamos para isso. Sei que um dia vai acontecer. Da forma como trabalhamos, com os adeptos que temos, com os jovens que vemos nas bancadas… Vai ser mais fácil no futuro conseguirmos ser campeões”, acrescentou.

A título individual, Ricardo Horta marcou um grande golo e foi eleito o Homem do Jogo, João Moutinho ganhou a Taça da Liga pela primeira vez depois de três finais perdidas com o FC Porto e José Fonte, aos 40 anos, venceu um título em Portugal pela primeira vez na carreira. “Muito mérito do Estoril, por estar na final. Uma equipa dura, combativa. Não era expectável que tivéssemos tantas dificuldades, de todo. O que conta é que o Sp. Braga ganhou mais um título. Campeonato? Não sou esquisito. Todos no Sp. Braga querem ser campeões, mas não podemos dizer que este não é um título importante. Estou orgulhoso dos jogadores”, disse o internacional português.

Já Artur Jorge alcançou o primeiro troféu da carreira como jogador e treinador, já que tinha perdido a única final disputada, na Taça de Portugal de 1997/98, também pelo Sp. Braga e contra o FC Porto. Depois da final, o técnico mostrou-se “satisfeito”. “É muito gratificante, estou muito contente por contribuir para a história do clube. Penálti falhado? Foi um grande alívio, as coisas estavam difíceis. Tivemos um jogo repartido, muito equilibrado. Decidir nos penáltis desgasta muito mais do que nos 90 minutos, está tudo ali, não há margem de erro. Felizmente, os nossos primeiros cinco homens marcaram todos, o que foi importante para criar algum desconforto emocional no adversário”, começou por dizer.

“As finais têm um fator comum: a ambição das duas equipas. Normalmente, as finais são todas muito divididas, porque as equipas sabem que aquele é o momento. As duas equipas bateram-se muito bem. Temos de ter esta consistência para sermos regulares, às vezes os resultados não surgem, mas temos de manter esta consistência”, acrescentou, deixando a ideia de que “não foi fácil” gerir as expectativas do grupo.

“Foi um trabalho que tivemos de fazer. A partir do momento em que fica definido o nosso adversário, sabíamos que em termos mediáticos éramos os favoritos. Sabíamos que do outro lado íamos ter um adversário com a mesma medida, com a mesma ambição. Puxei pelos jogadores, nunca fugindo às responsabilidades que tínhamos, que eram acrescidas pela valia da equipa e pela ambição que temos de vencer troféus. A dificuldade estava lá. Tivemos 10 minutos da primeira parte que foram desastrosos, entrámos completamente fora. Tivemos 10 minutos de alguma turbulência. Depois do golo a coisa estabilizou. Era importante ter a equipa focada e determinada, mas que essa responsabilidade não fosse castradora”, terminou.