Depois daquela aparição na Arábia Saudita para um encontro de exibição com Carlos Alcaraz no final do ano onde o resultado acabava por ser o menos importante (embora ninguém goste de perder, como acabou por acontecer), Novak Djokovic mudou-se de armas e bagagens para a Austrália. Podia ter optado pelo ATP de Brisbane, escolheu jogar a United Cup e estar inserido num contexto como gosta particularmente, com todos os compatriotas com quem se junta em eventos como a Taça Davis ou os Jogos Olímpicos para defender as cores da Sérvia. Melhor preparação para o objetivo do Open da Austrália era difícil depois daquele que foi um dos melhores anos da carreira mas nem tudo está a decorrer como estava planeado na sua cabeça.

A participação na competição que junta representantes do quadro masculino e feminino de vários países até começou bem, com vitórias da Sérvia contra a Rep. Checa e a China. Após esse encontro, Djokovic mostrou que está bem com a vida: perante o pedido de uma jornalista chinesa para que pudesse dizer uma ou duas palavras em chinês por forma a “compensar” a legião de fãs que tem no país e que ficou obviamente triste por ser a sua equipa perder diante do balcânico, o número 1 do mundo começou a dizer frases inteiras em chinês enquanto se ria cada vez mais perante a cara incrédula na mesa da compatriota Olga Danilovic. No entanto, já aí nem tudo eram motivos para sorrir e o encontro seguinte mostrou essa mesma realidade.

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A defrontar o australiano Alex de Minaur, a quem ganhou no último Open da Austrália de forma expressiva, o sérvio nunca se sentiu a 100% no court e acabou mesmo por perder por duplo 6-4, não conseguindo assim evitar a queda da Sérvia nos quartos da competição que está a decorrer em Perth já depois de Ajla Tomljanovic ter batido Natalija Stevanovic. Mais: teve de ser assistido por mais do que uma vez quando estamos a menos de duas semanas daquele que será o primeiro Grand Slam da temporada em Melbourne.

Novak Djokovic não conseguiu evitar que a série de 43 vitórias consecutivas na Austrália continuasse ativa, perdendo pela primeira vez no país desde que caiu de forma surpreendente nos oitavos do Open da Austrália de 2018 frente ao sul-coreano Hyeon Chung (a partir daí venceu todas as edições do Major do país à exceção de 2022, quando foi deportado por não estar vacinado contra a Covid-19, e juntou ainda a isso os triunfos na ATP Cup de 2020 e 2021), mas saiu a queixar-se do braço e pulso direitos, num problema que fez com que fosse assistido na sua cadeira e que mostrasse em vários momentos o desconforto no court.

“Sinto um desconforto há dois dias. Durante o encontro de ontem [terça-feira] e, especialmente no de hoje, tornou-se pior. Mas não quero perder muito tempo com isto e tirar mérito à vitória do Alex”, referiu o tenista sérvio no final da partida contra o australiano, sem dar mais pormenores sobre o tipo de problema poderá ter no braço e a capacidade de interferir na preparação e no seu jogo no primeiro Grand Slam de 2024. “Agora vou tentar recuperar para o Open da Austrália, acho que poderei estar bem nessa altura, mas quanto mais estou a jogar, mais dores sinto”, frisou ainda o sérvio que terá pela frente um velho conhecido em Melbourne, Rafa Nadal, que fez questão de destacar nas suas redes sociais após o regresso em Brisbane.