O cronómetro calcava o minuto 100. Thomas Henry estava na marca de grande penalidade e tentava aproveitar a falta de Matteo Darmian sobre Gigi Magnani após intervenção do VAR numa jogada que uns segundos antes só não valeu mais um golo para o Inter porque Barella foi demasiado “simpático” e quis fazer a assistência para Alexis Sanchéz com a baliza sem guarda-redes. O penálti acabou no poste da baliza à guarda de Yann Sommer, a partida terminou logo de seguida e, com o desperdício do francês, o conjunto de Milão somou mais três pontos frente ao Hellas Verona, o que permitiu aos nerazzurri seguirem isolados na liderança da Serie A com cada vez maior avanço da concorrência à exceção de Juventus e AC Milan.

Para Thomas Henry, que até tinha marcado o golo do empate no decorrer da segunda parte mas deixou o relvado de mãos na cabeça, as emoções daquele encontro não ficaram no Giuseppe Meazza e o avançado denunciou nas redes sociais que recebeu desejos de morte por ter falhado a grande penalidade. “Para todas aquelas pessoas que acham que conhecem o futebol melhor do que ninguém e insultam a minha família desejando-lhes a morte, espero que um dia encontrem paz na vossa vidinha. Erros fazem parte do desporto e por isso vou continuar a trabalhar para ser melhor do que antes”, escreveu o francês.

O ponto que o Hellas Verona teria conquistado caso a grande penalidade tivesse sido concretizada era importante também para a luta pela manutenção, tendo em conta que a equipa treinada por Marco Baroni encontra-se no antepenúltimo lugar e em zona de despromoção. “Um dia ganhamos, um dia perdemos, um dia marcamos, um dia falhamos, esta é a minha vida como jogador de futebol”, continuou. “Aquilo que não te mata torna-te mais forte. Sempre de cabeça levantada, sempre em frente, sempre mais alto”.

Mesmo tendo falhado o bis, Thomas Henry não só marcou no jogo frente ao Inter como aproveitou a pior fase dos visitados para deixar outra ameaça com perigo. Os nerazzurri ficaram com a vitória graças a um golo também ele obtido em tempo de descontos de um encontro de loucos. Ainda antes dos jogadores de Simone Inzaghi saberem que teriam que sofrer para segurar o resultado, Davide Frattesi fez o 2-1 com que terminou o encontro num momento também inusitado em que ficou a celebrar na vedação… sem calções.

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O golo de Davide Frattesi  também está no centro da discussão do futebol italiano por um responsável pela arbitragem ter assumido que o lance devia ter sido invalidado. “Foi um erro? Absolutamente, era um golo para anular. Já ouvimos as gravações [da comunicação entre o árbitro e o VAR] mas temos de falar com o VAR para perceber como interpretou a intervenção de Bastoni”, disse Andrea Gervasoni, membro da associação de árbitros italianos, sobre um lance que mereceu logo muita contestação do Hellas Verona pela posição do central e por ter sido marcado com um jogador dos visitantes caído no relvado a pedir assistência.