Jimmy Butler não é um atleta qualquer. Na NBA desde 2011, seis vezes All-Star e com passagens por Chicago Bulls, Philadelphia 76ers e Miami Heat, o jogador de 34 anos tem tido a capacidade de se tornar muito mais do que um atleta qualquer. É um fã de futebol e ténis, um empresário, um compositor e produtor e um pai. Pelo meio, é também um dos melhores jogadores de basquetebol do mundo.

O ala dos Miami Heat tornou-se nos últimos anos numa verdadeira celebridade, entre as brincadeiras que faz com a comunicação social durante as conferências de imprensa da NBA e as presenças assíduas nas bancadas dos jogos do US Open do ano passado. É próximo de figuras pop e de Hollywood, como Mark Wahlberg e o casal Bieber, e foi dos poucos atletas a falhar partidas por estar de licença de paternidade na sequência do nascimento da filha.

Mas numa rara entrevista, ao jornal The Guardian, quis falar de outra coisa: café. Apaixonado por café, foi durante a pandemia que Jimmy Butler começou a perceber que podia investir na bebida — já que, enquanto toda a NBA esteve confinada numa bolha criada na Disney World, começou a cobrar 20 dólares por cada chávena de café que moía e fazia no próprio quarto de hotel. Fundou a Bigface, empresa que tem agora três anos e que depois de funcionar apenas como produtora vai abrir a primeira lógica física nos próximos meses, em Miami.

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“Quero ter algo para toda a gente, diferentes tipos de café, diferentes formas de fazer café. Mas acima de tudo quero criar um sítio onde possa falar sobre filhos, os meus filhos, os filhos dos outros. Falar sobre férias. Falar sobre tudo e sobre nada durante um café com pessoas que nunca conheci e de quem poderia ser amigo se nos sentássemos e percebêssemos o que temos em comum fora do basquetebol”, explicou o norte-americano, que viajou até à Colômbia e ao Peru para perceber “como se faz o café, desde o chão à chávena”.

Nos últimos anos, Butler estabeleceu uma amizade dessas com Neymar, que conheceu depois de assistir a alguns jogos do Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio. “Vejo-o como um irmão. Gosto sempre de o apoiar, viajo para qualquer lado para ver o meu irmão jogar. Mas quando chego lá é para dar uns toques na bola, falar sobre a vida, fazer vídeochamadas com os filhos um do outro. Há uma vibe muito familiar à volta dele. É um pai incrível. Faz tudo pelos filhos, está sempre por perto, a tentar ensinar-lhes coisas sobre a vida. É incrível de ver”, revelou o ala dos Heat, acrescentando que Neymar é “bastante bom” a jogar basquetebol.

Para além do café, outro dos projetos de futuro de Jimmy Butler passa pela música. Natural de Tomball, no Texas, é um enorme fã de música country e pretende escrever e produzir um álbum, ainda que deixe sempre bem claro que não será ele a cantar. Em resumo, só quer continuar a fazer o que lhe apetece. Precisamente o que tem feito nos últimos anos.

“Adoro ser eu próprio. E adoro apoiar outras pessoas. Adoro fazer os outros rir, adoro fazer os outros sorrir. Não tenho medo de parecer tonto ou de me rir de mim próprio. Uma das minhas características é tentar sempre e deixar as pessoas tão confortáveis na sua pele que vão acabar por ser sempre elas próprias sem pedirem licença para isso”, terminou.

O dom de Jimmy é também a maldição de Butler: mas os Miami Heat souberam superar e vencer os Pelicans