A Câmara de Oeiras e a Administração do Porto de Lisboa (APL) assinam na segunda-feira um contrato para gestão partilhada da frente ribeirinha de Algés, ficando o município a explorar zonas de estacionamento e de lazer.

O contrato interadministrativo compromete a APL a entregar “à empresa municipal Parques Tejo a gestão e exploração das zonas de estacionamento e dos espaços envolventes da frente ribeirinha de Algés”, explicou uma nota da autarquia e do Porto de Lisboa.

O acordo permitirá ainda “o usufruto de espaços de atividades e lazer, como a Praia de Algés, possibilitando um reordenamento viário para facilitar a circulação local e criar maior facilidades de estacionamento”, lê-se no documento.

Esta iniciativa traduz-se num primeiro passo essencial para conferir uma nova dinâmica à orla costeira do concelho de Oeiras, sobretudo no eixo entre Algés e a Cruz Quebrada-Dafundo”, acrescenta-se.

O estabelecimento do contrato, avançou à Lusa fonte da autarquia, resulta de “um processo negocial articulado entre o município”, a APL e a Parques Tejo, responsável pelo estacionamento e mobilidade no concelho.

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O contrato tem ainda como intenção “valorizar e devolver à população o usufruto da Praia de Algés e de toda a zona envolvente”, na sua proximidade a Lisboa e na ligação ao Tejo, “com a criação de valências de desporto e lazer, incluindo a classificação oficial da Praia de Algés enquanto espaço adequado à prática balnear”, frisou.

As intervenções no espaço público já tiveram início, com os trabalhos realizados em julho de 2023, com plantação de diversas espécies arbóreas na zona, bem como obras de adaptação de parte do espaço à criação do Parque de Estacionamento do Passeio Marítimo, em funcionamento desde outubro de 2023.

Além dos projetos e investimentos perspetivados pelo município de Oeiras para a zona abrangida, destaca-se também o projeto ‘Ocean Campus’, articulado entre a APL, a Fundação Calouste Gulbenkian e a Fundação Champalimaud, e que visa criar um espaço de inovação e empreendedorismo, ligado ao mar e à economia azul, no eixo entre Pedrouços e o Jamor”, avançou a autarquia.

Entre estes projetos estão “a instalação, junto ao Centro Náutico de Algés, da ‘Blue Business School’, um polo universitário ligado à investigação dos assuntos do mar”, salientou.

O ‘Ocean Campus’, apresentado em julho de 2019, previa três fases, admitindo-se “intervir no território de Oeiras apenas na segunda fase (2022-2026), na qual está previsto um investimento total de 152 milhões de euros num hotel, num espaço empresarial e para centros de investigação, na marina do Jamor, na ‘Blue Business School’, assim como em terrapleno, arranjos exteriores ou acessibilidades”, relata uma nota no ‘site’ da autarquia.

Na ocasião, o presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, notou que, no troço de Algés à foz do Jamor, o município tenciona “consolidar um eixo de recreio, lazer e turismo, integrando polos de investigação científica e desenvolvimento tecnológico de referência a nível internacional, concretizados em edifícios icónicos, símbolos visíveis da economia do conhecimento, marcos na paisagem da entrada da barra do Tejo”.

A então ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, disse que o projeto pretende posicionar Portugal num “espaço de referência no contexto internacional nos domínios das ciências marítimas e marinhas e à economia azul”.

O ‘Campus’ do Mar, abrange 64 hectares de área de intervenção e visa criar um campus de Investigação, Desenvolvimento e Inovação (ID&I) internacional de atividades ligadas ao mar, bem como agregar, sob a mesma temática, organismos, serviços e instituições públicas, polos universitários e laboratórios de investigação, até 2030, num investimento total de 300 milhões de euros, maioritariamente privado.

As fundações Calouste Gulbenkian e Champalimaud assinaram, em dezembro de 2021, protocolos com a APL para ocuparem naves das antigas instalações da Docapesca, para a criação, respetivamente, de um centro de investigação das relações entre as alterações ambientais e a saúde humana, e uma central de computação e armazenamento de dados, laboratórios experimentais e espaços para novas empresas.

A autarquia lisboeta e a APL assinaram, em junho de 2023, um protocolo para instalar na Doca de Pedrouços o ‘Shared Ocean Lab’, uma “fábrica de unicórnios” para potenciar novas empresas e negócios de investigação e inovação relacionados com o mar, num investimento de 31 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para reabilitação e mais 26 milhões pelo aluguer do espaço.