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Francisco e a seleção natural de quem já deixou de ser Chico (a crónica do FC Porto-Vizela)

Na semana em que foi convocado para a Seleção pela primeira vez, Francisco Conceição voltou a marcar, voltou a ser crucial e voltou a ser o melhor do FC Porto na vitória contra o Vizela (4-1).

O avançado português fez o golo do empate já durante a segunda parte
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O avançado português fez o golo do empate já durante a segunda parte

LUSA

O avançado português fez o golo do empate já durante a segunda parte

LUSA

Menos de um mês depois de empatar com o Gil Vicente em Barcelos, no jogo em que complicou de forma séria a manutenção na corrida do título, o FC Porto está agora num dos períodos mais consistentes da temporada. Venceu o Santa Clara para a Taça de Portugal, goleou o Benfica, ultrapassou o Portimonense e só caiu da Liga dos Campeões nos penáltis, numa sequência de quatro partidas sem perder nos 90 minutos que coexistiram com uma clara subida de rendimento.

Algo que os dragões, de forma natural, procuravam prolongar este sábado e na receção ao Vizela — antes de Sporting e Benfica entrarem em campo e antes da interrupção para os compromissos das seleções, ou seja, num momento de calendário interessantes para carimbar mais três pontos e vincar a consistência que tantas vezes faltou desde o início da época. E Sérgio Conceição, de forma natural, tinha noção disso.

Ficha de jogo

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FC Porto-Vizela, 4-1

26.ª jornada da Primeira Liga

Estádio do Dragão, no Porto

Árbitro: João Gonçalves (AF Porto)

FC Porto: Diogo Costa, João Mário (Iván Jaime, 76′), Pepe, Otávio, Wendell, Nico González (Stephen Eustáquio, 76′), Alan Varela (Danny Namaso, 55′), Pepê, Francisco Conceição, Galeno (Jorge Sánchez, 85′), Evanilson (Toni Martínez, 85′)

Suplentes não utilizados: Cláudio Ramos, Fábio Cardoso, Grujic, Romário Baró

Treinador: Sérgio Conceição

Vizela: Buntic, Tomás Silva (Hugo Oliveira, 79′), Jota Gonçalves, Rodrigo Escoval, Lebedenko, Matías Lacava, Bruno Costa (Diogo Nascimento, 79′), Samu, Jason Lokilo (Aleksandar Busnić, 61′), Sava Petrov (Matheus Pereira, 52′), Samuel Essende (Alberto Soro, 79′)

Suplentes não utilizados: Bursać, Anderson, Domingos Quina, Pedro Ortiz

Treinador: Rubén de la Barrera

Golos: Pepe (ag, 17′), Francisco Conceição (55′), Pepê (68′), Evanilson (77′), Toni Martínez (89′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Matías Lacava (38′ e 49′), a Bruno Costa (41′); cartão vermelho por acumulação a Matías Lacava (49′)

“A nossa convicção é acabar a época de forma muito forte. No ano passado fizemos a segunda melhor volta de sempre e não chegou para ser campeão. Tem a ver com algumas mudanças que se fazem, com jogadores que chegam e que têm o seu tempo normal e natural de evolução. Mas essa evolução tem de ser feita a ganhar, porque qualquer ponto perdido fica difícil. Nos últimos anos acabámos o Campeonato sempre acima dos 80 pontos e isso diz muito daquilo que é a competitividade que existe para se ganhar o título. Esperemos que as coisas corram da melhor forma e essa evolução tem sido bem evidente para toda a gente, não só nos jogadores que jogam. Esperamos acabar a época em alta e de uma forma forte para ir à procura daquilo que ainda é possível”, explicou o treinador do FC Porto na véspera da partida.

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Assim, no Dragão, Sérgio Conceição não fazia qualquer alteração ao onze inicial que defrontou o Arsenal a meio da semana e contava com Alan Varela, que saiu lesionado do jogo da Liga dos Campeões mas recuperou nos últimos dias. A surpresa era mesmo Taremi, que foi suplente utilizado contra os londrinos e este sábado nem sequer surgia no banco. Do outro lado, num Vizela que está em zona de despromoção mas vinha de uma vitória contra o Farense, Rubén de la Barrera lançava Petrov e Essende no ataque e deixava Alberto Soro no banco.

Os minutos iniciais do jogo trouxeram desde logo uma surpresa: ninguém gritava, cantava ou apoiava na bancada dos Super Dragões e do Coletivo Ultras 95, que realizavam um aparente protesto devido ao furto de tarjas do museu do FC Porto e acabaram por abandonar o estádio. Wendell teve a primeira situação de perigo, com um remate forte de fora de área que Buntic encaixou (3′), e o Vizela respondeu com uma aceleração de Essende na esquerda à procura do desvio de Petrov ao segundo poste (6′). Ou seja, depressa se percebeu que a equipa de Rubén de la Barrera iria apostar tudo na transição rápida e no contra-ataque letal, apresentando um bloco muito baixo sempre que não tinha a bola.

Francisco Conceição protagonizou o maior susto a Buntic até então, com um remate em jeito que passou por cima da trave (9′), Alan Varela teve outro pontapé que também falhou o alvo (16′) e Otávio ainda atirou para defesa atenta do guarda-redes (17′) antes de o Dragão gelar. Ainda dentro dos 20 minutos iniciais, Essende conduziu descaído na direita e tirou um cruzamento rasteiro e aparentemente inofensivo para a área, onde Pepe teve uma abordagem inexplicável e desviou para a própria baliza para fazer autogolo (17′). 

A partir desse momento, o jogo tornou-se ainda mais uma via de sentido único. O Vizela juntou as linhas e encostou-se à própria baliza, atuando com um bloco defensivo coeso que não dava grande espaço ao FC Porto, que era obrigado a lateralizar e a afastar-se da baliza. Francisco Conceição teve a ocasião mais perigosa deste período, com um pseudo cruzamento que foi à baliza e obrigou Buntic a uma defesa atenta (40′), mas a verdade é que os dragões não conseguiram propriamente chegar perto do empate até ao intervalo.

No fim da primeira parte, o Vizela estava a vencer o FC Porto no Dragão graças a um autogolo de Pepe e adivinhava-se um segundo tempo de autêntica sobrevivência para os visitantes, que já tinham abdicado de qualquer futebol ofensivo e estavam unicamente preocupados com a defesa da vantagem. Do outro lado, os dragões tinham de ser menos previsíveis para surpreender o adversário e procurar o pouco espaço que poderia aparecer no último terço.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do FC Porto-Vizela:]

A segunda parte começou praticamente com uma expulsão. Sem que estivessem cumpridos cinco minutos depois do intervalo, Matías Lacava fez falta sobre Francisco Conceição, viu o segundo cartão amarelo e deixou o Vizela com menos um elemento. Rubén de la Barrera reagiu praticamente de imediato, trocando Petrov e Matheus Pereira, e a tarefa dos vizelenses tornava-se ainda mais complicada.

Ainda dentro da hora de jogo, de forma quase previsível, o FC Porto empatou. Francisco Conceição recebeu na direita, cortou para dentro e tirou um remate perfeito, em jeito e ainda de fora de área, para bater Buntic (55′). Sérgio Conceição mexeu logo depois, trocando Alan Varela por Danny Namaso e recuando Pepê para o meio-campo, e os dragões ficaram perto de dar a volta ao marcador de forma consecutiva e com pontapés perigosos de Nico (56′) e João Mário (57′).

Rubén de la Barrera voltou a mexer à passagem da hora de jogo, trocando Jason Lokilo por Busnić para fechar ainda mais a equipa, e Evanilson ficou muito perto de carimbar a reviravolta com um cabeceamento ao poste depois de um cruzamento de Wendell (62′). A lógica do jogo mantinha-se e agravava-se, sem que o Vizela conseguisse ir para lá do meio-campo e com o FC Porto a atacar a baliza de Buntic de todas as formas possíveis.

Já dentro dos últimos 25 minutos, a reviravolta apareceu. Danny Loader surgiu à entrada da grande área e descaído na esquerda e tirou um passe vertical perfeito para encontrar Pepê, que atirou um remate cruzado para surpreender Buntic junto ao poste e deu a vantagem aos dragões (68′). Galeno ainda poderia ter marcado até ao fim com dois remates perigosos, Sérgio Conceição colocou Eustáquio, Iván Jaime e Jorge Sánchez em campo, e Evanilson e Toni Martínez fecharam as contas com recargas oportunas após remates de Otávio (77′) e Francisco Conceição (89′).

No fim, o FC Porto goleou o Vizela no Dragão e somou a terceira vitória consecutiva para o Campeonato, garantindo desde já que vai pelo menos manter a distância para Sporting e Benfica. Num dia difícil, em que foi preciso correr atrás do prejuízo depois do autogolo de Pepe na primeira parte, Francisco Conceição voltou a ser crucial para a equipa de Sérgio Conceição, marcou o importante golo do empate e celebrou da melhor maneira a estreia nas convocatórias de Roberto Martínez para a Seleção Nacional.

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