Era a final mais expectável, a final mais aguardada e a final mais imprevisível. Benfica e FC Porto eliminaram CD Póvoa e Imortal na final four da Taça de Portugal de basquetebol e marcaram encontro no jogo decisivo, em Viana do Castelo, onde os encarnados procuravam a revalidação do título conquistado na época passada e os dragões procuravam recuperar um título que não conquistavam há cinco anos.

Além disso, Benfica e FC Porto tinham a oportunidade de desempatar o próprio confronto, já que os dragões venceram o primeiro Clássico do Campeonato e os encarnados ganharam o segundo. Depois da meia-final contra o CD Póvoa, que vinha de quatro triunfos consecutivos no Campeonato, o treinador do Benfica sublinhou a superioridade alcançada e o “caráter para arrancar a vitória”.

FC Porto marca encontro com o Benfica na final da Taça de Portugal de basquetebol

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“A nossa equipa é experiente e quem não podia passar por momentos ansiosos seríamos sempre nós. A pressão de ganhar foi sempre maior para o Benfica do que para o CD Póvoa, visto que somos os campeões em título e éramos favoritos à vitória”, explicou Norberto Alves. Do outro lado, depois da meia-final contra o Imortal, o treinador do FC Porto ressalvou a “seriedade” com que a equipa encarou o jogo.

“Sofremos 10 pontos no 1.º período, sofremos igualmente 10 no 3.º período e demonstrámos a mentalidade e confiança necessárias para chegar à final, o que era muito importante. Garantimos a final, estou satisfeito. Será sempre uma disputa. O Benfica teve um jogo muito intenso, decidido ao detalhe, e temos de estar muito concentrados em várias situações para que no final sejamos vencedores”, atirou Fernando Sá.

O FC Porto começou muito melhor, com Anthony Barber a destacar-se desde logo e os dragões a dispararem no marcador nos primeiros minutos, obrigando Norberto Alves a pedir um time out ainda numa fase inicial da partida. O Benfica encurtou a desvantagem na ponta final do primeiro período, apesar de raramente conseguir intercetar os caminhos em direção ao próprio cesto, mas os dragões estavam claramente na frente da final (11-27).

Os encarnados reagiram no início do segundo período, com Trey Drechsel a aparecer e Fernando Sá a ser forçado a pedir um desconto de tempo para recuperar o controlo do jogo, e o FC Porto não demorou muito a voltar a capitalizar a frágil eficácia adversária e a beneficiar da qualidade técnica de Anthony Barber e Cleveland Melvin. Ao intervalo, os dragões continuavam a bater o Benfica de forma clara (36-49).

Tudo mudou depois do intervalo. O Benfica voltou melhor do balneário e melhorou a reação do segundo período, apresentando uma força defensiva superior e melhorando na eficácia através das boas exibições de Trey Drechsel e Toney Douglas. Os encarnados conseguiram mesmo chegar à vantagem pela primeira vez em toda a final, obrigando o FC Porto a aplicar-se de outra forma e beneficiando de um apagão de Anthony Barber, que desapareceu no terceiro período depois de ter sido o melhor em campo nos dois anteriores. À entrada para o último quarto, com vantagem mínima dos dragões e Broussard a falhar um lançamento para os encarnados no derradeiro segundo, a Taça de Portugal estava completamente em aberto (61-62).

O FC Porto conseguiu distanciar-se ligeiramente no início do quarto período, muito graças a uma subida de rendimento de Aaron Harrison, e Trey Drechsel continuava a ser o grande inconformado do Benfica. Os derradeiros instantes da final foram alucinantes: Terrell Carter falhou dois lances livres para os encarnados, Toney Douglas compensou com um duplo que pôs a equipa de Norberto Alves na frente e os dragões carimbaram o triunfo com quatro lances livres convertidos por Charlon Kloof. No fim, o FC Porto venceu o Benfica (78-81) e conquistou a Taça de Portugal de basquetebol pela 15.ª vez e pela primeira desde 2019.