A maior rede de tráfico de droga da zona do Estreito de Gibraltar foi desmantelada esta semana e o centro das operações deste grupo estava “num luxuoso bairro de moradias perto da zona metropolitana de Lisboa”. Aliás, segundo o comunicado da Polícia Judiciária, era nesta casa que “um histórico traficante de droga dirigia e coordenava todas as operações navais” para traficar droga, onde tinha “as mais modernas tecnologias de comunicação”.

Ao Observador, fonte da PJ confirmou que foram feitas buscas em cinco casas na cidade de Lisboa e que o principal suspeito, o “histórico traficante”, estava na capital portuguesa e foi o único detido em Portugal — os outros quatro membros que passavam também a maior parte do tempo em Lisboa foram detidos em Espanha. Para o líder do grupo, detido pela Polícia Judiciária, já foi emitido o mandado de extradição para que seja levado para Espanha, onde deverá ser julgado.

Nas buscas feitas através de cooperação internacional, foram detidas 31 pessoas — uma em Portugal, 30 em Espanha e nenhuma delas é portuguesa —, encontrados 19 carros topo de gama, três armas de fogo, cerca de um milhão e meio de euros em dinheiro, quatro mil quilos de haxixe e 627 quilos de cocaína.

Esta rede criminosa era altamente organizada e contava com equipamento de alta tecnologia também para as operações que fazia no mar. Tinham, segundo a PJ, “uma média de oito a dez Embarcações de Alta Velocidade à sua disposição, que se encontravam em permanência na água”. As respetivas tripulações estavam também sempre a bordo destas embarcações e eram apoiadas por pequenos barcos que forneciam comida, combustível, água e tudo o que era necessário à permanência dos elementos deste grupo no mar.

As autoridades sublinham ainda o “grande potencial económico” desta organização, que permitia a adoção de um forte dispositivo de segurança, incluindo “meios avançados de transmissão de informação, tanto a nível individual, como o utilizado nas comunicações navais”. Apesar do elevado nível de proteção, esta rede de tráfico de droga acabou por entrar nos radares da polícia quando, em maio do ano passado, tentou recolher um carregamento de seis mil quilos de cocaína de uma embarcação sul-americana, “que entretanto naufragou frustrando os objetivos criminosos da organização”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR